O problema de passear na cidade ao fim do dia, quase como forma de recuperar a alma que nos parece fugir, é que o carro parece conhecer os caminhos. Percorre-os quase de memória, quase como dizem da existência da memória da pele, meio inconsciente meio sábia. Acontece que acabo muitas vezes a ouvir os pingos cair, num silêncio forrado de escuridão e embrulhado em cidade. E depois de parar o carro e me entornar no silêncio que bebo, não me apetece mexer, não me apetece sair, apetece-me só existir assim, onde ninguém sabe que existo, onde o mundo não tem fios, onde as figuras são só figuras e os seres apenas existências, sem mais. Sem peso, sem ter de ser, sem se esperar nada e qualquer sítio ser destino. Onde a solidão se equivale ao verbo ser, e isso ser bom, isso ser livre. Existir apenas, sem medidas, sem quereres, sem consciência do sentir. Não há liberdade quando se sente. Sentir é um emaranhado de fios que ora nos faz dançar como não sabíamos poder, ora nos embrulha e paralisa. Sem fios, não precisamos de rede, e as redes são só fios. Aqui, assim, com a chuva a entrar pela fresta da janela debaixo dum candeeiro amarelado, não há fios, ou parece que não. Por um bocadinho.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
sábado, 24 de dezembro de 2022
Love right, nunca à sinistra.
O amor não é uma imposição, é uma benção, um bónus, uma sorte até. Nem todos os meus são da família, e nem toda a família faz parte dos “meus”. Família nem sempre é amor, mas o amor faz a (nossa) família.
Bom Natal a todos, perto de todos os que gostam e querem bem, e preferencialmente longe da cozinha :) para onde vou agora, sem hora prevista de conclusão de tarefa… espero que dê tempo pelo menos de nao ir para a mesa jantar de pijama, como estou :D
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
Haverá curas de choro?... se calhar preciso duma dessas, chorar uma semana inteira, por tudo o que me quis convencer que não valeria as lágrimas que se vertessem, mas que guardadas dão de beber a tristezas que nunca morrem à sede. E outra semana por tudo o que me convenço que aguento em pé, enxuta de fraquezas de que me faço forte. Quando os que são fortes não se fazem de nada, apenas são.
domingo, 11 de dezembro de 2022
A «PERIGOSA» MULHER
«Será que com o passar dos anos as pessoas se vão incapacitando de partilhar intimidades, assumindo uma atitude de auto-protecção?... É que aos 3… anos concluí que nunca amei realmente e que as relações amorosas pouco intensas desgastam, são trabalhosas, cansativas e mornas, é como chover no molhado. Acho que só me vou disponibilizar para viver sentimentos fortes, profundos, arrebatadores, ou seja, quentes! Isto escrito fica com mau aspecto! Quase rasca, mas escrevo-o no bom sentido. Até pareço um perigo, estou surpreendida comigo mesma!» (13.09.95.)
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
sábado, 5 de novembro de 2022
[Casa do Rio Vez, já que há quem goste de seguir as sugestões daqui, assim está facilitado, escusam de andar a procurar e procurar, e eu agradeço]
sábado, 29 de outubro de 2022
quinta-feira, 27 de outubro de 2022
quarta-feira, 26 de outubro de 2022
segunda-feira, 24 de outubro de 2022
E no primeiro dia de férias do trabalho mas primeiro senoutes trabalhos, na loja do cidadão, enquanto analiso a distância entre o número que tenho na mão e o número atendido sinto uma olhos observadores. Certo que vejo cada vez pior ao longe , e ao perto também mas isso há menos tempo… vejo um personagem que não via há muito. Era dono de um café onde ia muitas tardes estudar. Tomava café, lanchava e as vezes voltava a lanchar, nos entretantos mergulhava nos livros. Ele era simpático, e giro que se farta, e além disso acho que engraçava comigo, com as minhas respostas prontas, o sarcasmo ou o sentido de humor. E era recíproco. Eu engraçava com ele. Com talvez mais 15 anos que eu, ou perto disso, não sei e nunca me interessou, mas que sempre lhe achei piada, achei. E hoje também. Ele teconheu-me logo, eu tive um pequeno delay, mas também lhe reconheci logo o sorriso, os olhos. O ar de galã meio traquina, mas sempre na dele. Era um bónus que não estava à espera, aqui na loja do cidadão, às nove e meia da matina, entre a senha da EDP e as Águas… mas soube-me bem. O sorriso largo, o cumprimento pronto, o olhar onde não vi os anos que passaram, e foram muitos. Vieram-me as tardes de estudo, os sonhos do que ainda podia ser, a música que ia passando durante a tarde, a esplanada quando tinha sol. E aquele homem, as vezes, por trás do balcão. Agora ali. Reconheci-o também pelos olhos, pelo olhar. Mas o que ele viu pareceu-me diferente. Estarei muito diferente, a ele achei-o na mesma, com mais… faço as contas talvez mais de 25 anos… como me viam há mais de 25 anos? O que viam? Como terá sido aquela vida estes 25 anos? Já não tem o café há muitos, isso eu sei, do resto não sei. De mim não saberá nada, talvez apenas que precisei de alguma coisa no balcão das águas… do balcão dele só sei que há 25 anos era onde eu ia pagar a conta… e ele as vezes dizia, com aquele sorriso malandro disfarçado, que tinha de ter quota quando o nosso futuro brilhante chegasse, tantas eram as horas que lhe ocupávamos as mesas. O futuro chegou mas o dia está tão enevoado… devia ter-me sentado ao lado dele e conversado. Para a próxima não hesito.
sábado, 22 de outubro de 2022
Continuo a dizer-me que não tenho o que dizer, mas as palavras às vezes parece que querem ouvir-se. Puxam-se umas às outras como crianças na hora do recreio, e tudo vai saindo não sei de onde, para dizer não sei o quê. Tenho palavras, frases que me surgem do nada, agora repetidamente. Durante muito tempo treinei-me para as dizer para dentro, para as aprender e prender ao esqueleto, para que eu não andasse sem elas coladas a mim momento nenhum. Nenhum. Agora, agora sem eu as chamar elas chamam-me, e dizem-me coisas que agora já sei, mas não quero voltar a saber. Não quero ouvir. Não quero voltar a constatar o desamor, o amor que nunca foi, a entrega a um ausente que nunca foi presente, o tempo que correu e não saiu do sítio. Não quero lembrar quando não fui amada, não quero lembrar o que foi mentira duma verdade inexistente. Não quero lembrar que fui tua por anos, e por anos depois não deixei de o ser. Não quero lembrar. Mas as palavras não me deixam. Não sei quem as traz ou o quê, que isco os dias trazem, os calmos e os apressados, para tantas vezes pescarem essas frases que deixam por dentro da minha boca um passado apodrecido, onde tantas vezes, demais, semeaste beijos que não cresceram nunca em ti. E por aí morro devagarinho nos dias claros ou cheios de nuvens. E onde antes me obrigava a dizer as palavras para me lembrar, para te afastar mal a ideia de ti me assomasse, agora afasto-as para não me perseguir um passado que não quero entranhado nos ossos, emaranhado nos passos. Preciso do esqueleto para caminhar para longe do que não cheguei a ser, do que não serei, do impossível de ser. Preciso da distância possível do impossível que esgravatei com a força do crer. Nunca soube usar o que tinha. Sempre achei que chegando, não é preciso usar nada, só ser. O resto, se existir, aparece; se não, o querer não o cria, é impossível forçá-lo, quanto muito imita-o, engana, brinca ao faz de conta. Mas uma vida de faz de conta, conta para quê? para quem? Para mim, não.
terça-feira, 11 de outubro de 2022
Cortámos a trança
Mas ainda me aparece
No bolso
Do tempo parado
Na correria de qualquer dia
Tantas estações depois,
Tu, eu.
Dois e um bolso,
Cheio de nadas entrelaçados
Duma trança que já não é tua,
nem minha.
Que raio faz no meu bolso?
[vi esta fotografia, o semáforo onde a seguir parei deixou cair as palavras. Não sei de onde. Deviam estar num bolso e eu não sabia. Talvez há muito tempo, talvez só desde que o preto e branco da foto me acordou a retina. Não sei. Não importa. As palavras surgem-me, às vezes ainda as tento agarrar a tempo de não fugirem completamente. Outras deixo que fujam, noutras até quero.]
domingo, 9 de outubro de 2022
quarta-feira, 21 de setembro de 2022
Perguntam-lhe altura e peso. Metro e oitenta, cinquenta e seis quilos. Lembro-me do número na balança hoje de manhã. Deu-me para me pesar hoje, sabe-se lá porquê. 56,4 dizia o visor. Na minha cabeça: mais 10 cms que eu e o mesmo peso. Ajudo-o a despir o casaco, e mandam-me sair. Vem-me à cabeça o sonho de há duas noites. Aparecia como numa fotografia, uma fotografia que há la em casa de quando era miúdo, talvez uns doze anos, o brilho nos olhos era talvez de menos. Nessa altura ainda tinha mãe, ainda que não por muito tempo. No sonho ele tinha a idade do meu pai, a mesma pose de fotografia de caça que não gosto. Mas era o meu pai, que lembro e quero lembrar assim. Direito, inteiro, com a postura que ter espinha dá a certas criaturas. Fiquei a pensar nisso, a sobreposição da mesma pose no mesmo contexto. Duas idades, nenhuma a de agora. Mais dependente do que em criança, nenhum brilho nos olhos. Sai da tac digo-lhe que está magrinho, mesmo que nunca tenha sido gordo. Diz-me que não, que já esteve muito mais magro, e vendia saúde. Quando veio da guerra do ultramar diz-me que pesava menos, mas que a vida nele pesava muito mais. Acrescentar o quê, responder o quê? Há guerras de que não se regressa e que ninguém ganha.
terça-feira, 20 de setembro de 2022
Há dias em que uma pessoa não sabe ao que chamar vida, e só quer que passe, como uma onda. Uns mergulham para a atravessar outros tomam impulso para se manterem à tona. Eu devo ser das que mergulham, das que fecha os olhos e reza que passe e a onda não nos sobreviva. As vezes não há ar nos pulmões para tanta onda. E tão pouca vida. Depois pensa-se no depois, quando passar o que resta? O que fica? Como se fica?
domingo, 11 de setembro de 2022
Agora que não tenho nada que dizer, que me dizem vazia e que transparece, que não estou eu, que não sou eu... agora que não tenho nada que me apeteça dizer, sonhei que conversava com a minha mãe. E que alegria parva aquilo estava a ser, conseguir ter uma conversa com a minha mãe, como tive tantas ao longo de toda a vida. Falávamos tanto, conversávamos, desconversávamos e ríamos muito também. Chegava a casa e ecoava aquele Mãããã??... e ia ter com ela a seguir às aulas contar as pequenas grandes histórias, fazê-las grandes, fazê-las grandes porque eram minhas e me tocavam, me doíam, ou me alegravam. Quantas vezes à noite à beira da cama dela quando chegava à casa, ou enquanto ela fazia o jantar, e eu ficava ali, mais a falar que a ajudar. Lembra-me tanto a minha filha e eu agora. Ela conta-me as coisas dela, os amores e desamores, as amigas e as suas histórias, os conselhos ajuizados que dá e os que ouve. Tanta coisa parecida me leva a tempos que já não trago. A minha mãe não conversa, não consegue, está ali mas não está, ou é como quem chega a cada minuto e o último já se apagou. Revolta-me isto, há qualquer coisa que nisto me revolve as entranhas e as memórias e o futuro que me vai chegar, e não sei lidar. Ultimamente parece que não sei lidar com nada da vida, então fecho-me e resmungo sozinha as minhas neuras, fecho as luzes, fico em casa e vejo o mundo pela janela ou pendurada no parapeito da minha varanda, como quem olha o abismo em segurança, mas não lhe sabe medir o pulso. E agora que não tenho nada para dizer, que não me apetece dizer nada, converso em sonhos com a minha mãe. Falo e rio-me e ela responde, e fala e ri-se com a presença inteira, com a alma por quebrar, com o tempo ainda todo por passar e trespassá-la. Que saudades de conversar com a minha mãe. E hoje, que não tenho nada para dizer, talvez conseguíssemos conversar no tempo dela, sempre perdido no meio dum começo sem fim. Não tenho nada para dizer, estou vazia até de palavras, já não escrevo como quem transborda, já não sinto como dantes; e hoje só me apetecia conseguir conversar com a minha mãe. Sentir a minha mãe. A minha mãe como era, antes de nela se esvaziar o tempo e todas as conversas. Talvez hoje eu precisasse de ser filha, mas até esse lugar está vazio de mim.
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
sábado, 20 de agosto de 2022
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
domingo, 14 de agosto de 2022
:)))
Oh pra mim a fazer coisas como apanhar um entardecer ao ar livre, beber um café fora de horas (para mim depois das cinco já é coisa para dar noitada a contar carneiros, mas vai daí não os vejo há tanto tempo… que arrisco) numa esplanada quase deserta com um sino por perto que me dá conta que as horas se marcam.
Realmente há qualquer coisa de terapêutico para mim no escrever… não era nada disto que tinha pensado dizer quando pus a foto das meninas a chegar das vacina (e sim eu sei que o carro está sujo mas está como está, por isso a foto é o que é, mas não atrapalhou o olhar delas…que é a piada toda da coisa). É que a minha pequenitates vem hoje e as saudades são muitas e as novidades e cusquices serão quase tantas, e amanhã vamos para o nosso Alentejo e era de lá que eu não devia sair. Coser o meu olhar àquele horizonte, o meu coração àquele silêncio tranquilo, e a alma, a alma àquele céu imenso meu deus… E que hoje, hoje vou pegar num livro e nuns óculos de sol e juro que vou lá fora. Juro. Pelo menos até a varanda está confirmadissimo!! :)))
domingo, 7 de agosto de 2022
Cheira-me que este fim de semana vai ser de não pôr o nariz fora de casa. Ontem só atravessei a rua para ir pôr o lixo, hoje nem isso preciso. Uma das coisas que a pandemia mudou em mim foi a necessidade de sair para tomar café ao fim de semana. Era um ritual meu, não importava se fosse às duas da tarde ou às cinco, mas saía de casa para ir a uma esplanada, ou a algum lado, beber um café, ver gente, levar um livro e ler, observar a fauna circundante, trocar sorrisos com desconhecidos, obrigar-me a sair e ver gente. Desde que me separei que assim era. Ao início, com a miúda no carrinho, que passava depois para o colo onde adormecia melhor, aconchegada a cheiro a café. E eu ficava ali, às vezes a ler, outras só a senti-la dormir. Agora já não me cabe no colo, e quando está comigo e se vamos, ela também toma café. Mas vamos menos. Hoje ela não está e não me apetece mexer, sair porta fora, ver gente, nada. Devia ir passear a tracção às quatro e nem isso me puxa, coitada da bicha. Não me apetece. Há fases assim. Outras há em que me esforço por contrariar isto, esta preguiça ou falta de vontade ou o que for, mas esforçar-me para quê? Já não ha esforço suficiente no trabalho a aturar gente doida que não me grama? com a família que temos de lidar e às vezes parece que o verbo é só aturar; nas relações, de todos os tipos, que queremos que dêem certo? E para quê? Continuam a não nos gramar, a família continuará a ser a mesma e as relações independente do esforço mais das vezes não dão nada. Só magoam. Olhamos as mãos vazias e enfiamo-las nos bolsos. Só pensamos... não me chateiem. E deixamo-nos estar da única maneira que não nos sentimos sós: ficando sozinhos, em casa com as nossas coisas, com os cães à volta, que nos ouvem e percebem até o que não dizemos. Tão mais que muita gente, que nem o que dizemos ouve, quanto mais entender...
Cada vez mais comprovo a teoria que me acompanha desde que me conheço, de que na vida, depois de assegurar a nossa sobrevivência e a dos nossos (sobrevivência, não caprichos, vontades, exigências e afins), só devemos fazer o que nos apetece... uma vida de sacrifícios é uma vida que não nos pertence, não é nossa nem para nós. Geralmente os outros também não reconhecem o sacrifício, pelo que não o valorizam ou retribuem de alguma forma. O melhor é fazer o que nos apetece mesmo, e só o que nos apetece. E hoje acho que não me apetece sair de casa.
sábado, 6 de agosto de 2022
dói-me a mão com que escrevo,
dói-me a palavra que ontem disse
e também a que não disse,
dói-me o mundo.
Há dias que são como espaços preparados
para que tudo doa.
Só deus não me dói hoje.
Será porque ele não existe?
Roberto Juarroz
sexta-feira, 5 de agosto de 2022
quarta-feira, 3 de agosto de 2022
Perguntam-me como estou, estou bem, obrigada.
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
domingo, 31 de julho de 2022
Ao fundo do negro, a levantar-se da terra, vejo este meio sorriso em fogo. Como uma timidez que esconde o que na alma arde. Não que a força do fogo seja frágil, não que o fogo seja brando, apenas só se deixa adivinhar, nunca mostrar. Um meio sorriso, uma pestaninha no olhar imenso da noite. Daqui a noites não será de timidez a sua veste, mas de plenitude. Lua cheia, quando todos a olham e admiram, quando ilumina tudo e mostra tudo. Gosto mais assim, tanto mais: uma pestaninha no céu, um olho semicerrado, um desejo por formular que guardamos no baú. Aquilo que se adivinha, aquilo que vê quem vê além. Quem tem um além para procurar, porque o óbvio é pouco e esgota-se muito. O que não se vê é imenso, é tudo.
Triste é o tempo entre o óbvio e o além, a descoberta do todo, pormenor a pormenor, detalhe a detalhe. Difícil é continuar a ver além, mesmo quando não vemos nada senão escuridão.
sábado, 30 de julho de 2022
A casa vazia, o silêncio que extravasa, a luz que entra e escapa apesar da persiana corrida. Não sei já, se as corro para manter o fresco dentro, ou o mundo lá fora. Sei que a frescura tem artes de se escapar, e o mundo manhas para nos invadir. Sem aviso, e ainda assim, sem surpresa. Sei que a casa voltou a ter cantos e sombras conhecidas guardadas a sete chaves. E no entanto está vazia.
domingo, 24 de julho de 2022
domingo, 17 de julho de 2022
quarta-feira, 13 de julho de 2022
quarta-feira, 6 de julho de 2022
terça-feira, 5 de julho de 2022
segunda-feira, 4 de julho de 2022
domingo, 3 de julho de 2022
Em nome da estrada onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
Vai beijar o homem-bomba, quero adormecer
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
O que não vivi, um dia hei de inventar contigo
Sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem,