quarta-feira, 3 de agosto de 2022

 Perguntam-me como estou, estou bem, obrigada. 

Não me recomendo, mas isso já não é de hoje... Já estive muito pior e o hábito - ou mesmo a armadura - é uma coisa que se entranha, como um certo orgulho (talvez parvo), uma dignidade de que nunca abri mão, um não correr atrás de quem sugere a porta para eu sair. Para correr atrás não pode haver vontade alguma de deixar alguém para trás, não concebo tal. Só corro atrás de quem não escolhe deixar-me para trás. Já matei muita gente dentro de mim, alguns enquanto respiravam ao meu lado - e quem sabe o que isso é, sabe que é morte que nos mata também, que lentamente nos amputa partes de nós -, mas seguimos caminho que a vida continua a caminhar até quando paramos para tomar fôlego. Eu fico onde tenho de ficar, vou para onde os dias e a vontade me levarem. Onde o meu olhar puder poisar e ver além. E a alma, essa, deixo-a para quem me cuida, e não responde a perguntas de algibeira. Estou bem, obrigada.

4 comentários:

  1. "Estou bem, obrigada", e quando assim é, melhor para ti Vi:)

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    1. nem sempre, Legionário, mas para quem ouve é melhor :)

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  2. Estarei bem obrigado quando deixar tudo para trás porque quero seguir em frente!!!!

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    1. Seguir em frente não deveria depender de deixar tudo para trás, mas sim, algumas coisas teremos de deixar. Querer deixar tudo é perdermo-nos de nós, e acho que ninguém consegue seguir realmente em frente assim.
      Bem vindo a bordo, Neptuno :)

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