segunda-feira, 1 de agosto de 2022


Esta frase - que eu sinto tão bem e tão por dentro - faz-me lembrar outra que já publiquei, aqui ou noutro sitio parecido, e que diz (mais ou menos, vá)  que a maior cobardia de um homem (pessoa, entenda-se) é despertar o amor sem ter intenção de amar. Lembro-me bem desta frase e de falar nela, de ter tocado profundamente (ou parecer, que isto das nossas conclusões andam demasiadas vezes muito longe da realidade ) uma certa pessoa numa certa altura, porque lhe serviu a carapuça até aos pés. Todos sabemos que qualquer inicio é um risco, mas não deveria ser uma certeza de permanecer seco na tempestade. Não devia ser um faz-de-conta-que-isto-não-é-nada. Não deveria ser fingir arriscar um inicio, mas ter um plano de fuga - isso não é arriscar a alma, é fazer contabilidade emocional. Largar o lastro quando o peso pesar, decidir quando, e como, fugir da tempestade que o próprio começou. Cobardias há muitas, o cardápio é extenso, e a mim já me serviram algumas. A frio. Não me surpreendem, mas ainda me apanham desprevenida, é certo. Até quando me canso de prevenir as pessoas... ou principalmente nesses casos, curiosamente.

4 comentários:

  1. "Até quando me canso de prevenir as pessoas..."
    Pois é Vi, isso também eu pergunto a mim mesmo em várias situações.

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    1. Pois gastam-se muitas palavras por falta de ouvido... Às vezes, nalgumas alturas parvas da vida, acho que devia mudar o nome para Cassandra... irra

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  2. A contabilidade e a emoção são dois pratos da balança, se a contabilidade é possivel é porque a emoção não é forte, se a omção é forte não há contabilidade que nos valha.

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    1. Bem verdade, completamente de acordo. Quando se consegue contrariar, resistir, racionalizar emoções e vontades, domesticá-las, vá... são só amostras. O resto, quando a sério, é tudo meio selvagem.

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