domingo, 31 de março de 2019


Um domingo lavadinho para todos!!
... e não se esqueçam de poupar água, tomem banho aos pares ;))))

sexta-feira, 29 de março de 2019

quinta-feira, 28 de março de 2019




Das coisas que me enojam, agora não é só um caso de se roubarem frases para pôr nas páginas do facebook, como tanta gente faz, sem aspas nem autoria nem links (como certas criaturas fazem sem qualquer vergonha na cara),  como se roubar uma frasezinha aqui ou ali passasse despercebido e nada tivesse de mal - será isso que pensam?  Assim ficam a parecer bem a quem lê... ah e tal que bonito, que bem que escreve...

Mas este caso (ver aqui e aqui) é mesmo um caso de corta e cola frases de vários poemas de vários autores e juntar tudo como se fosse alguma coisa, e alguma coisa de autoria da própria... para, imagine-se, publicar!! Realmente a avaliação crítica do que deve, ou merece, ser publicado talvez já tenha tido melhores dias, e o carácter das pessoas também ( então se esta desconfiança se revelar pelo pior, nem se fala)... às vezes parece que a falta de honestidade é requisito necessário para quem quer que se queira dar bem na vida. E não lhes faz mossa, é como se lhes fosse devido, não lhes pesa tudo e mais a consciência? Entristece-me. Entristece-me muito tudo isto. Mas admiro a perseverança da Cristina Fernandes que gastou o seu tempo a desmascarar uma coisa sórdida destas, verso a verso, apenas (pelo que me parece) para repôr a verdade. Talvez ainda possa haver esperança na humanidade.

quarta-feira, 27 de março de 2019

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Isto é, se eu não tiver chegado demasiado tarde, mas avisar da sessão da meia-noite às 23:59 parece a desculpa perfeita para... bom, para ter uma desculpa ;))
Mas, seja como for, é filme que agora terei que ver, pois claro.

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Gostei do título, e esta frase traduz o que lhe associei.

Ainda que o estrago que procura identificar, aparentemente, venha da obsessão, não do risco de amar ( e amar não é coisa avençada :)  ).

terça-feira, 26 de março de 2019


Depois de três semanas avariada, quase uma semana fechada num pavilhão a trabalhar para melhor acomodar o vírus, outra a tossi-lo como se não houvesse amanhã, depois, achar que estava melhor  e resolver ir trabalhar à tarde uns dias da semana passada, ficar muito pior e voltar a enclausurar-me, eis que parece que o vírus desistiu de mim, quatro dias após de clausura total parece que percebeu que não ia mais passear comigo e parece que se foi. A tosse quase que já foi. E é então que faço aqui este balanço, antes de ir à tarde para a labuta. Percebo que nestes dias só liguei a televisão já noite avançada e mesmo antes de resolver acobertar os ossos e dormir, o que é bom, dediquei-me a outras coisas, lembrou-me tempos antigos, onde não precisava de a ligar para não ouvir o cérebro, para não pensar muito, para deixar o tempo passar sem que me moesse. Passou e não me moeu, pelo contrário, acho que ficava bem mais uma semaninha em casa, mesmo enclausurada, bastava-me o sol na varanda, os livros, o computador e música ( que faltou nestes dias).
A doença (se for uma coisa de trazer por casa, assim ligeira, convenhamos, claro) só dá jeito para nos dar tempo se o conseguimos aproveitar, entre ataques de tosse ou afins, e eu consegui aproveitar. Nos dias que me fechei em casa acabei um livro; li poesia que tinha guardada e pesquisei mais, guardei, e adorei; por causa disso andei a passar os olhos por este blog desde os seus primórdios, comecei por procurar só poesia e acabei a ler-me sem etiqueta. Percebi que faltavam muitas etiquetas e etiquetei bastante. Perguntei-me até se faria sentido o trabalho, com as intenções e projectos que me andam a rondar as atitudes. Achei que fazia, fica tudo mais arrumado, mais fácil para eu procurar o que quiser. Surpreendi-me por gostar de me ler algumas coisas, algumas coisas parece que se safam ainda assim, e quando começo a ler, lembro-me de as escrever a todas (algumas sei até onde as escrevi e o que pensava e do que falavam atrás das letras), ainda que às vezes me custe a crer que fui eu que as escrevi, não sei onde as vou buscar, assim palavras acabadas - aparecem-me, é o que é, e é um fenómeno estranho, como se se escrevessem sozinhas e eu fosse só a mão. Comecei outro livro, escolhi-o por causa duma entrevista que li, e que fez saltar da calha dos livros por ler para o agora, um que lá tinha da Agustina. Fiz uma pequena lista de livros que quero, encomendei um por impulso, por ser um livro antigo e com história, que me apareceu no feed dum livreiro amigo, que devo receber hoje. O que eu não fiz foi escrever. Estou mesmo sem vontade, tenho já dois livros lidos (acabei o Fio da Navalha e gostei, bastante até, mas continuo a achar o Servidão Humana melhor), com páginas marcadas à espera que pegue neles e registe aqui ou noutro lado essas passagens, mas não me apetece, apetece-me ler e pensar baixinho, às vezes até conversar, mas ando com os dedos preguiçosos de me pescar fundo as letras para deixar escrito alguma coisa que me saia de dentro. Se calhar não me quero remexer no fundo, onde o depósito dorme e está assente. Se calhar estou numa de aforro, guardo tudo. Ou ando só preguiçosa e invento desculpas. É capaz de ser isso.
Hoje a deambular por aí deparei-me com esta nova versão do Ironic, que sempre gostei muito, e agora teve um upgrade ;)) até a ironia da vida tem novas versões... mas está giro e deu para rir, deixo-vos aqui.

Bom dia! 

sexta-feira, 22 de março de 2019

Alejandra Pizarnik

[o que eu gosto desta moça... e deste serão a rever poemas e coisas que fui e vou guardando. Deu-me para aqui hoje, e escolho este para fechar o dia. A perfeição de dizer tudo, de saber fazer caber um sentir inteiro e profundo, na leveza duma dúzia de palavras, em duas linhas. 
E ao lê-las submergirmo-nos nesse sentir, sentindo na perfeição, o que soçobrou da perfeição das palavras - é poesia sentir assim e fazer sentir assim, fazendo das palavras a travessia.]

quinta-feira, 21 de março de 2019

Rui Costa, Mike Tyson para principiantes

“Com os dedos todos sobre a mesa”, mostram tudo o que têm e o que perderam, dão tudo o que têm e até o que sabem que vão perder. São o que são, e ainda o que foram, não sabem mais que isso, nem querem; não escondem, não mascaram, mas escudam-se; vão embora mas ficam, ao contrário dos que sempre ficaram mas nunca chegaram a estar,  a ser chão. Sim, chão, pisado muitas vezes, mas também o que dá frutos e sustento e caminho, e onde podemos sempre poisar. Sempre.

Antonio Orihuela


Vamos arder-nos em poesia
Consumar-nos sem métrica nem rima
Na pureza natural do fogo
Que é a vida
No silêncio dum verso
Que a pele guarda por abrir
Como um beijo por incendiar


[Porque é o dia dela.
Porque hoje me apetece.
Porque sim.
Por todas as melhores razões
sem razão.]
[foto @annan.jasko]

"(...)
Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer."

Natália Correia


A poesia é para comer, e os dias têm sempre fome.
Mesmo quando a razão está de barriga cheia.
Apanhei este poema numa série que deu sobre a Natália, a Vera Lagoa e a Snu Abecassis (Três Mulheres). Sobre a época em que as três se cruzaram, gostei bastante. Comecei a ver principalmente por curiosidade pela Natália, descobri, entre outras coisas engraçadas e que não fazia ideia, que aquela aparente fortaleza tinha medo do escuro, ainda que de pouco mais.
Entre outros poemas que lhe iam saindo no decorrer dos episódios, apanhei este pelo verso que me prendeu, ali mesmo, naqueles “subalimentados do sonho!”. Ficou-me, achei magnífico. E, fui logo, a partir dele, pesquisar para melhor o ler inteiro e mastigar devagar, guardei-o e deixo aqui, agora, a parte final, mas que vale a pena ler e comer na íntegra neste dia da poesia. Lambuzem-se.

terça-feira, 19 de março de 2019


Ontem vi um filme (é o que dá estar de molho, estou a ben-u-ron, pastilhas para a garganta, xarope, livro e filmes... tem de haver algum alado bom, né?) sobre um psicólogo que me fez lembrar algumas questões que volta e meia me põem a pensar. Milgram é o nome do psicólogo, e dedicou-se ao estudo do ser humano como ser social, ou seja a influência da sociedade - ou melhor ainda -, do grupo, no indivíduo, e nesta perspectiva o poder da autoridade e da obediência. Através duma experiência chegou à conclusão que 65% dos indivíduos aceitaram inflingir choques (supostamente, ninguém estava a ser sujeito a choques eléctricos, mas os indivíduos da experiência não sabiam) noutra pessoa porque lhes era dito que a experiência era assim, e que a responsabilidade, caso algo corresse mal, não seria deles. E com esta informação as pessoas (65% delas) continuavam a inflingir choques de voltagem crescente até atingir os 450 volts (voltagem que lhes era no início informado de que era perigosa), de forma consciente, ainda que visivelmente a contragosto, mas continuando a obedecer às regras duma experiência voluntária. Ou seja, não eram patrões, nem superiores, nem havia efectivamente nada que os obrigasse, a não ser repetirem-lhes que eram as regras da experiência e que eles não seriam responsabilizados. Só 35% das pessoas recusaram tais regras, levantaram-se e negaram-se a continuar a submeter choques a outro indivíduo, sem qualquer custo, risco ou castigo.
Quando pensamos nisto à luz do Holocausto muito é explicado - aliás Milgram é judeu e a escolha do seu tema fulcral de investigação não é alheio ao que se passou na II Guerra. Também já Hannah Arendt falava na banalidade do mal, mas ali, ali vemos gente como toda a gentes sem qualquer tipo de coerção ou risco, fazer a uma escala menor o que foi perpetrado durante a guerra a milhões. E, como se leva a concluir, basicamente com as mesmas justificações. Afinal cumpriam ordens, obedeciam a uma autoridade, até poderiam ser castigados caso não o fizessem (o que na experiência não acontecia). Na verdade nós deixamos de lado a moral e até o que pensamos e os princípios que seguimos face a algo que se apresente como autoridade, e como normalidade, como regra. E isto é tremendo. Onde fica a nossa cabeça? onde é que pensamos por nós? Onde é que deixamos de seguir os outros porque é suposto, porque é a norma vigente, ou porque representam autoridade, ou simplesmente porque "é a lei"? 
Se algumas vezes dei comigo a pensar algumas destas coisas, verdade seja dita, não tanto relativamente ao holocausto, ainda que não saiba dizer porquê, talvez porque todo o mundo, à excepção dos nazistas, concordava que era uma atrocidade. Ser contra não era ter de ir contra nada, era estar de um dos lados. Ser contra e ir contra tudo só sendo militar alemão e negar-se, opor-se, lutar contra, dizer "eu não faço". Mas recorrentemente penso, se tivesse vivido na época da escravatura, o que pensaria eu? Quando ainda não se falava ou pensava em abolir a escravatura, como veria eu a questão? Como pensaria eu, com tudo o que me rodearia na altura? Teria coragem de pensar por mim? E pensaria bem? 
Como será que eu teria reagido à experiência? tinha ido até ao fim ou tinha-me recusado a continuar a certo ponto? 
Sei que não sou cobarde ao ponto de culpar tudo e mais o que apareça por não conseguir o que quero, ou não fazer pelo que quero, não invento mil razões que me desresponsabilizem, não digo que fiz mal ou que deixei de fazer isto ou aquilo por causa do outro, ou porque a vida foi contra e eu nem tentei, isso acho que não faço, não me desresponsabilizo inventando desculpas, justificações para as minhas fraquezas. Mas quem serei eu na verdade numa questão destas? O que faria eu? O que pensaria eu? O que defenderia?
Só a mim é que inquietam estas questões?
Estaria eu nos 35%?

segunda-feira, 18 de março de 2019

[David Mourão-Ferreira, Obra Poética]

Mesmo de molho, sem sair de casa, chegam-me novidades, notícias, factos surpreendentes do escritório. Fico aqui a pensar entre um ataque de tosse e o próximo, que a quantidade de gente imbecil a coexistir connosco sem sabermos é assustadora, avassaladora... há dias em que estar fechada em casa doente é muito saudável. A sério... Valhamedeus e todos os santinhos...
Estamos perdidos. Completamente.

quinta-feira, 14 de março de 2019



[foto via @urbanreport]

O que eu quero? O que eu quero é o sol como recompensa de quem dá calor. O que eu quero é o sol para quem se encharca até aos ossos em busca dum só fio de cabelo de luz que faça acreditar - acreditar em alguma coisa além. Não o merecem os que ficam debaixo de telha à espera que a chuva passe ou se canse, ou os que descansam enquanto outros escalam as sombras até às nuvens para as reparar, para que deixem passar a luz. Nem os que ficam à espera que o sol rompa a parede por uma janela feita à (sua) medida. Não, eu quero o sol para quem arrisca correr a tempestade, quero prémio por vontade, por ganas, por paixão feita movimento e força, não que seja bónus de quem nada nunca fez, mas aconteceu acontecer-lhe o sol nascer perto. Quero que cada um tenha tal e qual como escolhe querer. Se se fica pelo menos mau, se se quer só se der, então que dê só nessa medida do seu querer, mas se quer com tudo e mesmo debaixo de intempéries, com os ossos a escorrer e a exaustão a marear as pernas, nada lhe lembra demover-se do querer, que o tenha nessa exacta medida. quando tiver, se tiver  -  sabe-se bem que nunca se sabe.
Que o sol não nasça igual para todos, porque não são todos iguais. 
Esperança e optimismo qualquer um arranja de mãos nos bolsos, já a felicidade tem mesmo de ser corajosa.

terça-feira, 12 de março de 2019

-... então, o que me dizes?
- ... vamos devagar... para o tempo não nos apanhar.
-... mas, mais devagar ainda, não será perder tempo?
- o único tempo que se perde é o errado, do tempo certo ninguém dá conta, nem pede contas.

sábado, 9 de março de 2019


Quanto vale um beijo?
(Lembra-me a música do Jorge Palma... que adoro)

... e pensando numa resposta, podia ser a sorte grande, 
ou o teu maior pesadelo. 
Se calhar depende da tua sorte.
É por isso que agora o café é sem açúcar, é mais seguro...

sexta-feira, 8 de março de 2019

... e no meio de dias loucos sem tempo e de desastres à espera de me tropeçar e de tanta coisa a passar-me pela cabeça, de querer acabar com tudo e mais alguma coisa, recebo isto... e sei que cada vez me faz menos sentido escrever aqui, e que cada vez menos a Olvido me veste (ou me despe) mas depois recebo isto, e percebo que, pelo que às vezes aqui escrevo, chego a algumas pessoas que me recebem duma maneira tão bonita. Que há pessoas bonitas, afinal. Espanto-me ainda com as pessoas, mas raramente pela positiva, e surpreende-me sempre saber que o que vou escrevendo toca algumas pessoas, neste caso ao ponto de escreverem pelo próprio punho um poema que uma noite me trouxe nos dedos e que serve de marcador de livro - e atentem no trecho do texto que deliciosamente juntam... é coisa para me ter feito ganhar o dia, aliás vários dias. Talvez este espaço ainda faça sentido. Ou melhor, eu continuar a escrever para que outros leiam, faça sentido. Talvez só precise de mudar de ares. Talvez as mudanças aconteçam todas ao mesmo tempo, ou talvez devamos aproveitar umas para, com o embalo, mudar muitas que já deviam ter mudado há muito. Talvez como um novo caderno, sem olvido, uma folha branca no topo de muitas, com cheiro a novo resplandecente e uma lisura de futuro, e sedenta de letras que me emudeçam o por dentro, secando-me do que quero calar. Talvez, afinal, outra de mim, que já não é Olvido por já não querer esquecer tudo que foi esquecido. Sou já outra, noutro porto ancorada, com outro olhar para dentro de mim, cada vez mais dentro, cada vez mais meu - mais eu.


sexta-feira, 1 de março de 2019

Boa pergunta... de muitas e variadas respostas.
Algumas muito giras de dar, e boas, de boa disposição e a convidar a risos e cumplicidades,
outras de fazerem implorar que não se tivesse perguntado...
sim, às vezes é melhor não perguntar, a surpresa pode não ser boa - se a moça for má...
(há dias em que gostava mesmo de ser má, muito má, há muito quem o mereça, e quem o tenha merecido bastante, mas fico-me pela raiva que passa de braços cruzados)
[foto @minimalha]

Sob este céu escuro, quando o dia já não queima e o tempo não fervilha cada segundo no sangue, agradeço os muros que me erguem e me impõem, que me prendem na segurança inerte duma imobilidade inofensiva que impede a dor. Mas faz pensar que arrasados os muros não aprendemos a querer ou a não querer, a escolher ficar ou ir, porque os muros escolhem por nós. Talvez bem, de certeza bem algumas das vezes, mas enquanto não for escolha não aprendemos a não nos magoar, a escolher o que não nos magoará.