domingo, 9 de julho de 2023

 Há uma brisa quente que nos sopra os cabelos e a pele, que faz as árvores assobiarem músicas lá delas. A pintarolas de quatro patas vê uma mosca, ou algo voador, que eu não vejo, nem oiço. Uma andorinha cruza o céu azul, imaculado, não há nuvens a esborratar o céu. Aparecem mais três, em voos redondos, sem poisar ou abrandar, sempre à volta da árvore em frente à minha varanda. Sempre que aqui venho ocupa-me os olhos, mas raramente a olho. Provavelmente ela observa-me a cada vez, sabe-me melhor que eu a ela, já terá visto tanta coisa... e então reparo, há ramos que ainda se enfeitam de flores duma cor que não sei se tem nome, mas tem lugar. Ali. Já o pinheiro do vizinho sofreu uma qualquer frustração e baixou-lhe a crista, curvou-se a alguma evidência. Acontece a todos. Sento-me aqui e vejo como é difícil ver coisas novas nas coisas que envelhecem connosco os dias.