quarta-feira, 13 de julho de 2022

 


Dizem-me diferente, e eu não sei dizer. Não sei o que diga ao que dizem. Sinto-me a mesma, ainda que não na mesma. Também não sei o que terá mudado para que continue a mesma, mas me vejam diferente. Vejo-me da mesma maneira. Continuo a aproveitar os fins de noite na minha varanda, continuo a achar que a varanda é a minha parte preferida da casa, juntamente com a sala por onde entra. Continuo a gostar de Martini para saborear o quente da noite. Continua a afligir-me o peito o cheiro a queimado no ar. Continuo a gostar de velas. Continuo a dizer o que penso, ainda que não agrade a muitos. Continuam a falar nas minhas pernas, que estão na mesma, e o meu andar, mas eu estou diferente, dizem. O meu olhar continua a dizer coisas que eu não sei dizer, digo eu.

2 comentários:

  1. "Continuo a dizer o que penso, ainda que não agrade a muitos."
    "O meu olhar continua a dizer coisas que eu não sei dizer, digo eu."
    Falando dessa tua primeira frase Vi, acho muito bem que sejas assim e nunca mudes, quanto ao olhar, ele diz muito do que vai no nosso interior, e eu nesse aspecto referente a pessoas que eu conheço e com quem lido diariamente, sei ler e sentir... o que vai no interior dessas pessoas, e por vezes é um bom caminho para eu "puxar" por elas e as mesmas desabafarem.

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    1. Acho que saber ler certos olhares implica cumplicidade e conhecimento profundo, ou então uma identificação com o outro. Mas às vezes não é o caso de desabafar, às vezes é só uma forma de comunicar, de dizer o que as palavras parecem atrapalhar ou ficar pelo caminho…
      Bom
      Domingo, legionário, aqui vamos para a praia não tarda :)

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