terça-feira, 29 de outubro de 2019


Ah pois é!!... democracia, mas nem tanto :))
A Mafaldinha a aligeirar o caminho, demasiado madrugador,  para o meu FMI :)
Bahhh é muito cedo... tenho sono.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Não sei quem é a Dana White, mas se tiver razão, 
eu estou quase imune ao fracasso...
Na última semana já houve quem se despedisse porque eu não fui/sou muito agradável... 
estamos a começar bem, sim senhor.
 Paciência, a minha consciência está tranquila, ainda que triste com a falta de hombridade de algumas pessoas. Mas já percebi que homens com tudo no sítio há muito poucos. E carácter é coisa que rareia em quase todos os quadrantes (ainda que tendencialmente eu demore muito a perceber isto, parto sempre do pressuposto de se ter carácter e não o contrário). 
Eu não aprecio o género, e digo o que tenho a dizer,  
e há muito quem não goste, mas vai daí isso explica muita coisa...
Mas isto tudo deixa-me triste, desiludida, descrente, sei lá... 
com esta sensação de estar sempre errada quando sei que o erro não é meu.
Enfim, assim vai o mundo.

domingo, 27 de outubro de 2019

.... que apetece ligar-lhes uma ficha,
finalmente fazer-se luz,
... e em caminho (mais iluminadinho e tudo)
... poupar na factura da electricidade!! :DDD

Bom Domingo, cheio de boa energia :))))

[não era nada disto que estava no resto da frase desta imagem @ironicadisney, mas foi o que me ocorreu mal li o início da frase.... há domingos assim ehehehe... cheios de boa e sarcástica energia ;) é verdade, eu às vezes embirro um bocado com aquele pessoal que exagera no paleio das boas energias e coiso, na verdade, o pessoal boa onda, que não chateia, não anda sempre a impingir esse ou outro paleio... mas pronto, eu às vezes tenho um ligeiro mau feitio, ou falta de paciência, vá, para certas tretas...]

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

... e um olhar perdido, 
perde-se onde?
No horizonte que nunca alcançaremos,
no tempo que pelo relógio não passa,
ou na palavra que sabemos não existir?
Um olhar perdido encontra-se?

quinta-feira, 24 de outubro de 2019




Não é a toda a hora, 
mas muitas vezes pego no telemóvel para falar com alguém 
que me faça esquecer que exististe. 
Já não me basta a tua existência no meu passado.
 Quero a tua inexistência definitiva como infinitiva. 
Procuro em mim a inexistência do teu silêncio, só.

Outras vezes pego no telemóvel para escrever estas coisas,
enquanto fumo um cigarro na varanda,
 e vejo a noite passar a frio e as palavras atravessarem-me a quente.

domingo, 20 de outubro de 2019

[@zackmagiezi]

Por isso gritem, 
gritem pequenos grandes sussurros.
Porque há coisas que se ouvem melhor baixinho e devagar, 
mas com a intensidade plena dum grito, 
a todo o pulmão, como quem entrega a alma.
Fujam dos mudos, dos que não sabem gritar,
dos que nada de interior têm a declarar,
fujam dos que fogem,
dos que mascaram a existência duma alma 
por baixo da pele, que nem sentem, que não fala.


Bom domingo :)

quarta-feira, 16 de outubro de 2019



É dentro
de nós
que vive
a fera

Por mais que
queiramos
fugir dela

Por mais que
tentemos
ir embora

A fera sabe
a hora −
a fera não
espera

Jorge Lucio de Campos

...sabe que a hora não tem tempo, 
qualquer tempo é hora. 

Não foge nem espera. 
Não vai embora nem fica, é. 
Sobrevive à razão das razões.
É sobrevivência, e às vezes mata-nos.

Morre, só depois de morta a vida.
É muita pinta ;)
São tão, mas tão, lindos... 
e são tantos, mas tantos, valhamedeus!!!
... estou tramada, mas rendida! Como sempre :)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

António Barahona (via @opoemaensinaacair)

... como agora. 
Tenho saudades de mim,
Talvez algo esteja para começar, talvez mate saudades de mim, talvez se, e quando, noutro me reconhecer, me encontre. Quando me vir outra vez nítida, tao nítida como uma alma sem pele. Quando assim me sentir, encontrei-me. Outra vez.

domingo, 13 de outubro de 2019

Ando desde ontem a lutar com o telemóvel. Caiu à agua e passei pela saga toda de desligar, e secar, e não sei o quê, depois liguei-o e o gajo passou-me a perna: funcionou na perfeição! Durante todo o dia de trabalho! Achei que estava tudo bem. Até que sexta à noite começou a dar-lhe a camoeca...  desligava-se de quando em quando. Desliguei-o e pu-lo no arroz (já uma vez me tinha acontecido e ele gostou que eu lhe desse o arroz...) no dia seguinte liguei-o e tudo bem.. até ao meio da tarde, altura em que começou a desligar-se e ligar-se, tal e qual como algumas pessoas que conheci na vida: assim em modo intermitente, sem saber se sim, se não e na dúvida aparece e desaparece. E eu fui estúpida: enquanto ele estava bom o suficiente não fiz um backup. Não me precavi, não me protegi da perda eventual. E agora o gajo não está acordado tempo suficiente para que eu consiga completar um backup!! Consegui recuperar os contactos e algumas poucas - muito poucas - coisas.
Tive de restaurar o novo telefone, que tinha por acaso para uma eventualidade, com um backup completo de Janeiro de 2018 ( só os contactos tinha da noite anterior), e acontece que com isso perdi partes da minha vida que ali tinham registo. Mensagens, daquelas mensagens que agora não poderei rever nem se me apetecesse ( e talvez seja melhor assim, não fosse dar-me uma estupidez fulminante nalgum futuro próximo ou distante), fotografias (tantas, umas de férias ou coisas que me apetecia guardar, ou outras que ia armazenando para depois pôr aqui...)... tudo... Com isto fiquei cá a pensar que na vida também devia ser assim, penso que assim era muito mais fácil, decidir restaurar a minha informação, assim, para, digamos, dez anos atrás... será que o fazia? mesmo se o pudesse fazer? não ter registo, memória, prova de nada que passei e vivi e me desiludi e sofri como uma estupida (que sou, que fui)... e momentos em que fui, paralelamente a isso tudo, também estupidamente feliz. Estupidamente, eu sei, mas ainda assim, se o sofrimento não o posso apagar a felicidade que vivi também não ma podem roubar. Apagar isso tudo, será que o faria se pudesse? será que deveria? será que era inteligente, ou só palerma?
... e no entanto, ando aqui a tentar recuperar para poder guardar a memória do que não sei se quero recordar... há coisas estranhas, e depois há coisas estúpidas. Como esta.
[foto @hed__mee_ ]

Não há nada (ou quase) que não passe (ou melhore muito, vá) 
com um café forte e algo bonito onde poisar os olhos. 
Saborear o tempo adoçando os olhos 
(mas não o café, isso nunca mais já não sabe ao mesmo),
bebericando os dias enquanto o mundo não nos engole.




[foto @kristinenor]


quero que o tempo descanse no vazio
até se cansar,
mas,
ou o vazio não descansa,
ou o tempo não se cansa.
ou eu não quero nada.
ou talvez tudo.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


Mesmo que não possas fazer a vida como a queres,
isto ao menos tenta
quanto puderes: não a desbarates
nos muitos contactos do mundo,
na agitação e nas conversas.

Não a desbarates arrastando­‑a,
e mudando­‑a e expondo­‑a
ao quotidiano absurdo
das relações e das companhias
até se tornar um estranho importuno.


Konstantinos Kavafis

O quotidiano poucas vezes estranho, tantas inoportuno. E é o que faz a vida, é onde a passamos e tantas vezes, contrariados, a arrastamos pelas noites entranhadas do que nunca fizemos, ou do que nunca quisemos fazer, fazendo. Por vezes o mundo entretém, agita o copo vazio que não mata a sede, e nós deixamos o relógio andar enquanto pensamos que estamos parados, mas o tempo nunca anda sozinho, leva-nos em cada segundo para onde nos deixarmos levar. Depois estranhamos onde viemos parar sem sair do lugar. O quotidiano tão habitual, no despertar da lucidez, torna-se estranho e inoportuno, como alguém de quem preferimos distância mas com quem convivemos sempre, estranhos. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Manuel António Pina 

O pior da ausência
é a sua presença. 
O pior dessa presença 
é sentir que os ausentes somos nós,
só, sós.
Como uma distância que não se alcança,
encerrada dentro de nós.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

[foto @thredays]

Vejo-me cega no espelho.
Mas como, se estou cega?
Serei eu o espelho?


sábado, 5 de outubro de 2019

[foto @lagiachin]

Esta semana foi de loucos. Estou cansada, e farta, e a antever uma série de coisas de que já desconfiava. Há sítios, modos, práticas, a que não pertenço, ponto final. Não sei quanto tempo ainda me resistirei, porque não tenho esperança de conseguir mudar as coisas o suficiente para que fiquem suportáveis aos meus limites. Estipulei um prazo, mas não sei mesmo se o cumprirei. Sei que estou cansada, que me sinto derrubada pelos dias, pelo contrariar muitas coisas em mim, demasiadas, parece-me. Ando com uma vontade imensa dum fim‑de‑semana para mim, só para mim. Longe de tudo o que puxa pelo que não sou, nem quero ser. Onde o tempo seja inteiro para o poder encher só como apetecer: de silêncio ou música, de palavras imaginadas ou faladas à distância de um clique que se. desliga se quisermos, de livros que me falem perto, que acordem sonhos que se cansaram ou calaram, que me digam o que de mim resta. Desde que, há pouco tempo atrás, dei por mim a fumar um cigarro à noite, enleada no gotejar violento da chuva que cai no Norte verdejante, que me ficou esta vontade, e aquela zona. Até a pronúncia diária, falada à minha volta, me lembra que me apetecem aquelas bandas, aquela tranquilidade que transborda vida a cada olhar. Até já sei para onde iria, só precisava duns dias e de poder ir. O que nos próximos tempos não me pareça que vá acontecer, mas está-me a fazer falta. Há demasiado tempo que não estou sem gente, só comigo. São tempos preciosos e que andam a faltar-me, como uma fome que vai corroendo e se sente cada vez mais. Mas não me falta o que almejar e planear e apetecer, podendo acontecer. Mesmo. É só dar tempo ao tempo, que ele devolve-se. 

terça-feira, 1 de outubro de 2019


[foto @tarasovm]
Estava a comentar com alguém que agora nesta nova estrutura estou a dar em doida... que um dia destes para conversar comigo só no horário de visitas de um hospital psiquiátrico. e respondem-me que não, que não lhe parece. E a mensagem que manda a seguir  - "ia dizer que és muito forte, mas não estou certo disso. Há no teu olhar, lembro-me, uma fragilidade que se deixa antever que também pede colo. Apesar de tudo o resto que aparentas... Mas não gostava que desistisses" -  deixa-me suspensa num momento do tempo que se me encrava numa serie de engrenagens e pensamentos... incrível como alguém que esteve connosco meia dúzia de vezes, que não nos conhece, nos conhece melhor do que pessoas que durante anos nos olharam nos olhos, e não viram nada. Dou por mim a fixar o olhar no vazio disperso em tudo, a pensar em todos estes desencontros e falsos encontros, e coisas que deveriam saber e ter visto e nunca viram, e de quem sem dever ou se esperar, vê assim que nos olha com olhos que querem ver. Às vezes a vida é um desperdício que não conseguimos aproveitar. Eu devia aproveitar quem me vê, ou, pelo menos, tem interesse em ver o que há para conhecer. Alguém que queira dar colo em vez de dizer que posso ser eu a sofrer porque sou forte. E nunca soube. Nada. E nunca o desmenti. Talve precise de alguém que não fosse preciso desmentir para saber a verdade.