sexta-feira, 31 de maio de 2019

...e é isto.
...o belo do optimismo.
...uma macacada.
Ou a minha ideia dele.
O meu dia de hoje começou ontem às onze da noite,
adiantou-se para chegar tudo atrasado...
e depois da m#%$@ feita... é dar a cara e esperar a pancada.
Já ter argumentos preparados, as armas limpas e preparadas.
Há coisas que começam mesmo bem!!
... cambada de macacos...

quinta-feira, 30 de maio de 2019

[ foto @stevemccurryofficial, modificado para preto&branco]

Aquela maneira que ela tinha de se apoiar na própria sombra. De fechar os olhos embalada pela respiração da terra, como sua, como o balançar do colo duma mãe que ela já não lembra. De rir com o canto dos olhos e pelas rugas traquinas do nariz empinado. De comer os doces com as mãos que os faziam. De amar sem mãos, nos silêncios das distâncias nunca ausentes. De falar como se todas as histórias fossem contos rematados de alma. Mesmo quando são de encantar, ou principalmente essas, que a vida tem sempre como desencantar de vida. De realidade.

(.... e como está a vida encantada de noite, agora na minha varanda. como se está bem, e a noite quente, deitada aqui. )

quarta-feira, 29 de maio de 2019

[imagem @iwitchalice]

Há sítios donde só se sai pelo próprio pé.
Há sítios em que o mais difícil é sair pelo próprio pé.
Ficamos sem pé, e sabemos. 

Como ter vertigens e um abismo para aprender a voar.
Só o medo de nunca voar nos empurra.


(Hoje o despertar foi assim, com frases a colarem-se ao lado de dentro da pele ainda por acordar.)

domingo, 26 de maio de 2019

[foto @zynp]

Só me apetece ronha, na cama invadida de sol, de vários sóis - ou nas palettes na minha varanda que servem ainda melhor para o efeito nestes dias que correm, cheios de sol e brisa que aquece os arrepiados sentidos da pele -, apetece-me tempo para acabar de ler a Agustina, e uma gargalhada para rimar com a minha quando partilho algumas expressões do norte que o livro serve a frio e dá-me  largos risos a quente (há dias tive de fechar o livro a rir-me, depois de ler a pérola de descrição duma criatura que melhor se resume por apenas “caga baixinho” - é do melhor, fartei-me de rir... daqueles que têm a mania, mas depois, depois, a altura a que estão do chão diz tudo e resume-os bem...) e pensamentos semeados, como quem lança descuidados segredos de sabedoria, pequenas eternidades, que temos de deixar poisar vagarosamente como as sombras do dia anoitecendo.
Hoje devia trabalhar, tenho coisas para fazer. Não me apetece. E agora?

sábado, 25 de maio de 2019

Even better if both...
Ihihih

[... but the best is if it’s done together... ;))) ]




Estou cá desconfiada - já com um elevado grau de confiança, diga-se - que a minha cadela, já parte dos meus dias e noites, da casa, da família, não pele da minha pele, mas pelo de toda a minha roupa, que a moça anda a largar pelo que não é brincadeira, mas dizia eu, este bicho enganou-se na casa, só pode... parece que tem alergia a massa!! Cá em casa!!... como é possível?... Deve ser alérgica a glúten: além de moderna a bicha é fina, lá do alto do seu aristocrático porte atlético de caçadora. E dito isto, assim de repente parece-me, que por este lado até era bom dizer que afinal não se enganou na casa, que há qualquer coisa de pedigree que me agrada... hummm vou repensar o assunto...

(ainda que daqui ela já não arrede pé, claro, já é parte da família, duma ramificação com mais um par de patas e bastante mais pêlo ;) e só ligeiramente sui generis nas preferências culinárias, acho que lhe perdoo porque além de ser um orgulho de espertalhona e vivaça, é a moça mais lindona da avenida, sem dúvidas e por larga diferença, claro... e a única que me faz levantar bem disposta, ainda que a refilar por me acordar, focinho com focinho, como hoje. E hoje até sonhei com ela, tinha tido uma ninhada de três lindezas, duas moças castanhas como ela e um de pinta negra como o namorado... fiquei a pensar o que quereria dizer. Nascimento? renovações? vidas novas? coisas lindas?... não sei. sei que gosto dela, muito. mais que isso também não interessa, pois não? não. )

sexta-feira, 24 de maio de 2019


[foto @diego_durden]

"— Garçon, que dose de mentira você tem?
— Temos: Eu te amo, nunca vou te deixar, eu quero você comigo, sinto saudades e também temos uma que anda saindo bastante: “Pode confiar em mim”.
— Ah… Manda todas que hoje eu quero me iludir."

[apanhado na página facebook: sometimes less is more]

É p'ró menino e p'rá menina.... para quem quiser acreditar e confiar e ser estúpido... mas  também serve para quem não tiver alternativa... há para muitos gostos e feitios, sempre com a mesma receita.
E é sempre uma boa dose, com certeza!...

quarta-feira, 22 de maio de 2019

[foto @sixnfive]

O anoitecer desce primeiro os ombros nus das casas,
entra nos olhos pela vida espremida do dia,
escorre liso pelas paredes em sombras,
alaga o chão até me molhar os pés de tempo,
beber toda a pele e galgar a alma como um touro cansado,
para ir cair na escuridão cerrada do céu
só salpicada por grãos de açúcar que derretem a noite
e não (me) deixam dormir.

[foto @nicoladavidson]

Uma mesa atravessa as discussões, é percorrida por argumentos que nem poisam os pés na travessia. Do outro lado, uma mulher feia, mas que podia ter algum encanto, como em tudo para mim, não é o cabelo palha-de-aço que a desfeia, nem o ar meio sem gosto que apresenta e que poderia passar quase despercebido, é todo um estar que não sabe ser, e não fosse a aparência de falta da vacina anti-raiva, ou um ou dois xanax matinais, poderia ter alguma graça, um sentido de humor inteligente, um discurso acutilante, uma ironia fina que sabe dizer o que quer, e como todos os feios poderia ser extremamente interessante ainda, mas não, nada disso.
Por cima da mesa olham-me como se me soubessem sem nada saber de mim, vêem-me como se tivesse tudo e não me conhecem o tempo rasgado por baixo da pele, a luz que me roubaram dos olhos os anos que me esqueci que passaram, nem as feridas que não se vêem, os golpes e remendos que trago camuflados em palavras assertivas e aparentemente nada incertas. Trago-me guardada por baixo de camadas de mim mesma que poucos conhecem. Ou vêem.
Olham para mim e pensam que tenho tudo.
Dá-me uma tremenda vontade de rir, mas não os desminto, excepto numa coisa que não tenho: pachorra para gente pequenina mas prepotente; estúpida mas com poder. 
É uma combinação que não me combina. Nem dantes, nem agora, desenganem-se. Eu não mudei.

terça-feira, 21 de maio de 2019

[foto @jeanphilippepiterphotography]

Vamos espreitar outros mundos,
Mergulhar noutras janelas, 
Descobrir outros céus.
E outras vidas.

Vamos escancarar a esperança em sorrisos
E descobrir vivas vontades nas mãos quase mortas.
Vamos seguir sozinhos agarrados ao que somos, 
E aos sonhos feitos areia que se agarram aos pés. 


[visto da minha janela parece um dia igual aos outros, que curioso... Sinto-o tão diferente. Mas não é ele, sou eu. Essa bela frase, tão usada noutros meandros...]





segunda-feira, 20 de maio de 2019

Fico aqui a olhar olhar-me e penso se volto aqui, a esta sala, a esta parede riscada de luz, a tanta coisa que largo, que deixo, ainda que não deixando. Mesmo que seja para aqui que volte depois de amanhã, voltarei mesmo? Ou venho de novo? Acho que venho de novo, doutra maneira. Continuo com medo, sim, para quê negá-lo, mas sei que é o que tem de ser, tenho de enfrentar o bicho, e todos os bichos que trará com ele. Acho que são eles que me vão dizer quem sou, como sou, se sou. 
Espero que o backup acabe enquanto penso nisto tudo, em como se fosse optimista estaria a pensar em tudo novo que vai acontecer, em todas as janelas que se abrem, em vez da porta que fecho, pelo lado de fora, deixando parte de mim dentro. E dói. Mas tudo dói, não é? Eu sei, é. Dói como as lágrimas que se embrulham nos olhos sozinhos do mundo, mas que nunca queremos desatar. Quase fingimos que não dói, que não são nossas, são emprestadas à espera de devolução. Como a mim, devolveram-me mas não sei a quem.

Das estratégias. 
Coisas que se fazem para evitar maiores “estragos”

Bom dia

domingo, 19 de maio de 2019

sábado, 18 de maio de 2019

Dos (meus) sábados perfeitos: 
mesmo que feios por fora, 
deliciosos por dentro de cada hora.

Bom dia.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

[foto via @bnwsouls]


É como se tivesses morrido.
Com a diferença de ter sido eu a matar-te. Em mim, para mim, por mim. 
Um luto em legítima defesa pela sobrevivência dum futuro
que ainda quero apanhar, espremer com mãos, pele e boca de amor - viver.
Tempo que mataste durante demasiado tempo. 
Que luto para que não tenha morrido contigo. Comigo.


quarta-feira, 15 de maio de 2019





... se não festejarmos a vida sem razão alguma, 
nunca saberemos festejá-la cheios de razões.

[dou por mim a pensar que talvez o segredo esteja em escolher o que temos, 
mais do que ter o que escolheríamos... 
mas que há uma parte importante que é também escolher algo por que lutar, 
algo que se queira com a força do que vem de dentro, com alma, com a crença numa felicidade por que nos queremos bater. 
Às vezes a felicidade também passa por batermo-nos por alguma coisa, por acreditar em algo, por nos arriscarmos, sabendo que podemos perder o que nunca chegámos a ter, 
deixando cair sonhos entre as passadas do caminho que vamos trilhando, 
mas, sabendo que escolheríamos sempre o que temos, o que não nos falha,
o que nos permite ir semeando sonhos perdidos pelo caminho e levantarmo-nos com a possibilidade de um sorriso, que são as mãos que temos na nossa. Sempre. E os dias que ainda não vivemos, mas são nossos. Ainda.]



segunda-feira, 13 de maio de 2019

Reza a história que chegados à torre, 
abeiraram-se da janela e disseram:
"que bel'de-ver".
E foi o que ficou, até hoje.
... e ainda é belo de ver.

Será que a beleza se gasta nos nossos olhos?
Se virmos todos os dias a mesma paisagem, 
que achámos bonita - que achamos ainda, que até escolhemos-,
vamos deixar de vê-la?... ainda que a olhemos?



quinta-feira, 9 de maio de 2019


Treze anos, e não são de azar, pelo contrário, ainda que me façam perder a paciência numa base diária... Está quase do meu tamanho, mas maior que eu. Mesmo que lhe veja tudo, ou quase, o que eu tenho de pior, a resposta aguçada, o temperamento algo inquieto, a doçura demasiado reservada e a franqueza demasiado dura. Alguma coisa de bom também terá herdado, espero. Espero principalmente que lhe tenha conseguido transmitir o que para mim é mais importante no carácter dum ser humano: a honestidade, a lealdade e a noção de justiça, cimentados num pensamento crítico. Só me pergunto se isto não será contraproducente para a sua felicidade. E se não é isso o mais importante de tudo. Mãe há treze anos e tenho mais perguntas que respostas. Ela merecia melhor, ainda que de mim tenha tudo o que consigo ser de melhor.
[Jorge Roque, in Nu Contra Nu]

Tudo e nada.
Não esperar nada e saber que tudo pode acontecer.
O bom, o pior mal, e até o que nem se dá conta que já foi.

Talvez continue à espera de esperar alguma coisa
Dizem-me que isso ainda é esperar
Mas esperar o quê?

A esperança?
que veio no comboio das  nove
que não partiu?

Há vezes que parece que a alma volta a ter a forma do corpo.
Não sobra, nem transborda.
Está justamente medida em si, em mim.

Pareço, em pequenas gotas de tempo que escorrem dias, anos, outras vidas inteiras, voltar a sentir a alma cheia, onde o vazio já não é tanto ausência, mas o espaço que guarda o futuro, o porvir,
talvez uma réstia de esperança por ocupar no tempo. Talvez.

Talvez não seja nada
Pode ser tudo

O comboio não partiu
Mas partirá?


terça-feira, 7 de maio de 2019

[imagem @jesuso_ortiz]

... outra vez.
Ao menos que chova a sério e o suficiente, 
Precisamos de chuva, muito, eu sei, mas em vez de se arrastar em dias cinzentos e de chuvinha fofa,  lenta e tola, já que está fora de tempo não pode fazer a coisa duma vez? 
Concentradinha e eficiente? Hum?
Duas ou três semanas a sério e deixávamo-nos de brincadeiras, 
do toca e foge da roupa de verão, e do esconde-esconde das gabardines ... hum? Que tal?
Ainda que hoje o tempo me vista tão bem, quero tirar esta farda de há demasiado tempo. Quero vestir a pele de sol e o coração de primaveras. Já é tempo. 
Que chova tudo agora, já quero sol.

... mas quando deixam de o conseguir, 
quando já não lhes aparam o jogo, 
é como uma ofensa, quase uma traição.
Como se os únicos que pudessem ter e impor limites fossem eles. 
Ainda que nunca os tenham em relação aos outros, 
aqueles a quem acham que podem fazer tudo e desfazer tudo.
Às vezes, deixar de ser bonzinho e aguentar tudo, não é ser mau,
é virar costas a quem nunca nos soube apreciar e dar a mão.


segunda-feira, 6 de maio de 2019

ahahahhah

...realmente, com tanta prática...
mas as mudanças têm esse efeito, mesmo quando são esperadas há meses. Desde o final de 2018 que estou suspensa por decisões que não me cabem, e é pior  assim, quando não está nas nossas mãos. Para mim é, pelo menos. As que me cabiam decidir e fazer, estão feitas e encerradas, falta-me só concretizar uma mudança que já estava decidida, mas ainda não tinha data de ocorrência. 
Agora já a defini. Vai-me custar, vai, mas tem de ser. 
Aproveitar o embalo para mudar tudo. Tudo, menos eu.
Há um reset que me devo. 



sexta-feira, 3 de maio de 2019

[foto @seeavton]

se eu estava bem, se já havia notícias, se estou menos ansiosa, como foi o dia.
que a ser será um desafio, que eu tenho o que é preciso, 
e deixa escapar entre coisas não ditas, que eu faço por não ouvir,  
que se por acaso não conseguir, em nada serei menos, nem a admiração que parece ter sairá beliscada.
algumas brincadeiras à mistura, sentido de humor e aqueles "só tu" que sabem bem.
pequenos e tímidos gestos de quem quer saber(-me), de cuidado, de alguma protecção.
sorrio e penso devagar em tudo, revejo por fora, perscruto por dentro.
Parece perfeito para mim, e será talvez esse o seu único defeito.




quinta-feira, 2 de maio de 2019


Como um paradoxo.
Há um alívio no desígnio cumprido 
que não leva o peso de o ter cumprido. 
Deixa o peso do que nos levou.