sábado, 3 de junho de 2023


What are your top 7 rules of life?


1. Everything you say should be true but not everything true should be said.

2. Just because a decision hurts, doesn’t mean it’s wrong.

3. The path of inner peace begins with 3 words: not my problem.

4. Normality is a paved road: It’s comfortable to walk but no flowers grow.

5. Never carry old feelings into new experiences.

6. The more you like yourself, the less you’ll need others to.

7. The cave you fear to enter, holds the treasure you seek.


Apanhei isto nos rascunhos, não sei há quanto tempo terei guardado estas 7 linhas em jeito de regras de vida - e eu que gosto tanto de listas e de regras -, mas percebo por que as guardei e percebo que há aqui ensinamentos recorrentes, coisas comprovadas muitas vezes já na minha vida, directa ou indirectamente. E outras que tenho mesmo de interiorizar, a bem da minha sanidade mental.

A primeira há não muito tempo foi tema de diversas conversas. Nem sempre e fácil as pessoas perceberem a diferença entre: dizer tudo, e dizer sempre verdade; para dizer tudo, ou falar de tudo, terem de mentir (mesmo que para supostamente proteger); e não dizer sempre tudo, mas tudo o que se diz ser verdade, sendo que as omissões também não provocam mágoa. São três realidades diferentes, posturas diferentes, valorizações da verdade distintas. É uma regra simples, mas nem sempre é facil de entender, e às vezes mais difícil ainda de pôr em prática. Desde que me lembro que (para mim) a verdade é algo imprescindível, sobrevalorizado provavelmente até, mas é o que me assegura que as decisões que tomo são minhas, bem ou mal mas minhas, com base na realidade das coisas. Sem a informação verdadeira e disponível, as decisões são condicionadas, a liberdadae de opção é-me retirada, limitada - é-me negada, e essa sensação eu detesto e custa-me esquecer, na verdade. Sinto-me manipulada. Prefiro saber a verdade toda e ter de a enfrentar, de lidar com ela, seja ela o que for, e decidir de acordo, do que não saber tudo ou mentiras. Tive durante muito tempo de ouvir realidades que me custavam horrores, mas preferi sempre sabe-las, e ter de lidar com elas e com a dor que me causaram, do que mentirem-me ou omitirem (ainda mais do que fizeram). São opções, e acarretam muitas consequências. Se queremos a verdade depois não podemos maltratar o mensageiro, não podemos dizer que queremos saber a verdade mas depois tornar impossível que nos contem a verdade porque não sabemos, ou queremos lidar com ela. É preciso alguma maturidade e muito estômago, e só é recomendável para quem valoriza muito a sua liberdade de escolha, de opção, de decisão.

A segunda é bastante óbvia, mas é uma verdade que nem todos querem ver. É muito melhor a comodidade do que se sabe e conhece do que decisões que mudam as coisas (às vezes é só assumirem que mudaram, porque há muito que mudaram mas insiste-se em assobiar para o lado). Assumir mudanças às vezes dói, umas vezes a nós, outras a quem nos rodeia. É preciso perceber que só porque dói não quer dizer que esteja errado, há coisas que têm de doer, não há forma de contornar, e se não o assumirmos vão doer doutra forma, às vezes mais, outras vezes mais tempo, e outras ainda mais e mais tempo... mais uma vez protegermos a mentira, fugirmos da realidade, porque é duro, porque nos protege de mágoas e dores não é a melhor decisão. Muitas vezes é mesmo a pior...

A terceira custa-me muito aceitar, confesso. Percebo que seja uma realidade, mas talvez tenhamos de distinguir o que é problema nosso, e o que é problema nosso por vias travessas, por ser problema de quem gostamos, de quem queremos bem. De ser um problema nosso - ou sentirmo-lo assim - não estarem bem. E também distinguir quando podemos fazer alguma coisa, de quando não podemos fazer coisa alguma. Dar murros em pontas de facas não dá saúde a ninguém, sendo em relação a problemas nossos, ou do vizinho. Acho que a paz interior começa onde acabou tudo o que podíamos fazer. Assim faz-me mais sentido. E estou em paz em relação a maior parte das coisas na minha vida, em tudo (ou quase) sei que fui até ao limite das minhas forças, tentei tudo, dei tudo, e tenho consciência que foi esse o preço da paz interior que sinto em relação a essas coisas. Daí também, provavelmente, ter tão poucos arrependimentos na vida.

A normalidade, pois, um conceito estranho. Estranho nos dias de hoje, onde a normalidade não parece muito normal. Porque normal é de facto um conceito estatístico, e não um juízo de valor. Certo é que fazer parte da manada não destaca ninguém, e as flores do caminho, são isso: bons feitos, acontecimentos belos, marcos que ficam pelo caminho carimbados de sorrisos. E Às vezes o não ser da manada é apenas olhar de forma diferente para as coisas, não mais do que isto. Mas tudo é estranho quando o normal hoje é todos serem "especiais". É só mais uma manada. Difícil hoje em dia é pensar pela própria cabeça - e já agora ter uma -, é saber distinguir o politicamente correcto tonto do respeito que o outro nos merece, difícil é chamar as coisas pelo nome e assumir o que se pensa - e já agora pensar e não apenas repetir o que se ouve ou lê nos títulos apelativos. Às vezes serão chamados de malucos, e não "especiais" (que chatice...), outras serão chamados e tratados como coisas piores, mas mais uma vez - e à semelhança do que foi dito umas linhas acima - não quer dizer que estejam errados... o difícil é assumir o que realmente se pensa... ahh e pensar, isso também me parece cada vez mais difícil.

Não trazer mágoas antigas, a bagagem de que a vida nos foi carregando, para os dias novos, para o futuro que se vai fazendo a cada presente. Percebo, mas não me parece que haja forma de efectivamente o fazer. As mágoas antigas, o que nos doeu, o que passámos, ainda que seja já passado deixou marcas à passagem. E ainda bem, é assim que aprendemos e podemos evitar os mesmos erros. Sim, as situações não têm de ser as mesmas, as pessoas são todas diferentes, é certo, mas nós somos os mesmos... e há coisas que já sabemos que não queremos. Mas percebo que não podemos assumir que sabemos ou que iremos reconhecer todas as situações, por isso percebo a ideia, não levar ideias preconcebidas para situações novas, entendo. Acho eu.

Esta sim é uma grande verdade para mim, e que eu gostava tanto de ter em mim. E acho que vou tendo cada vez mais com o tempo, até demais porque cada vez gosto mais e quero mais estar sozinha. Sozinha é como me sinto melhor, não desiludo ninguém e ninguém me desilude, não tenho de tratar de ninguém a não ser de mim, e eu sou low maintenance. Cada vez mais gosto da minha companhia. Quanto mais nos soubermos valorizar, e avaliar o que de bom e de mau temos, menos precisamos de validações eternas e menos nos afectam os defeitos e falhas que nos apontam. Quanto mais certos tivermos do nosso valor menos precisamos que os outros nos valorizem.

Finalmente, os medos. Sim o que haverá de extraordinariamente raro na vida estará do outro lado dum medo qualquer, e é por isso que é raro senão seria o dia a dia. Quando o que queremos é algo difícil para nós então isso estará atrás de um muro qualquer que teremos de transpor, que temos de medo de tentar trepar, que temos medo de não conseguir, que temos medo ponto. Se calhar o que temos de perceber é que o pior que pode acontecer é termos de assumir e confrontarmo-nos com o facto de que não conseguimos. E não é pouco, mas não é tudo. É isso que ando a tentar aprender.