Se calhar a simplicidade mais pura, mais feliz, é quando se está sozinho. Estava a pensar nisto quando à tarde num passeio a seis patas pelas redondezas me deparei com esta frase da fotografia. Faltava-me aquele bocado... quando se está sozinho sem inquietação. Sem solidão. A solidão é a falta de alguém, de alguma coisa, e toda a falta que corrói é o espaço duma inquietação.
Se calhar a simplicidade mais pura, mais feliz, é quando se está sozinho em paz.
[fiquei a pensar que àquela frase só falta o "n" em reinventar, mas que, de resto, está lá tudo. Agora quando a pus aqui fui pesquisar a autoria da frase (quem teve a indecência de a pôr lá, teve mais decência intelectual que muito pseudo-intelectual erudito por aí, que não põe aspas no que não é seu..) e descobri que é de Vergílio Ferreira, no livro "Alegria Breve", que não li. Gosto muito do que escreve, um dos volumes do seu "conta-corrente", é meu livro de cabeceira, para reler às vezes numa página aleatória, há vários anos, porque faz-me pensar. Como esta frase acabou, completou, o que vinha a pensar no silêncio doce dum passeio de domingo vagaroso a seis patas e muito sol.]
É curioso perceber como tantas vezes as coisas mais simples são as menos óbvias. Se calhar falta-nos distância crítica ou tempo para pensar em tudo aquilo que nos acontece.
ResponderEliminarBom dia, Vi:))
Acho que o óbvio está muitas vezes disfarçado de simples, mas não é simples ver o óbvio muitas vezes. Estes últimos dias, talvez uma semana e pouco, tenho visto coisas óbvias para muita gente mas que para mim não eram, nem foi simples chegar a este ponto, de ver as coisas como elas são. E concluo que a paz, a simplicidade de ser, está em estar sozinha (sabendo que quem gostamos e gosta de nós está bem), sem ter de perceber, conhecer, preocupar-me em avaliar a verdade ou a sinceridade de alguém, saber se estão de verdade bem ao pé de nós... Tanta coisa. A verdade é uma coisa tão simples...
EliminarBom dia, Legionário