As horas despem-se devagar da luz e sobre os meus ombros desce a noite como um manto que me despe do mundo. É no calor desse aconchego de nudez que me encontro, que desço o olhar para dentro, que me abraço de silêncio e dou colo à solidão - tão sozinha e calada todo o dia, à espera que eu chegue, e eu chego, retorno sempre aonde me sinto em casa. Eu, tu e a solidão. Todos. Todos voltam para onde se sentem em casa - para o sítio onde somos casa. Onde a pele é a parede que o mundo só vê por fora e nós olhamos por dentro, onde o sangue é fundação em que nos vamos formando e (re)construindo, onde o coração é albergue de todos os que não esquecemos e espaço para todos os que virão para ficar. Todos os que sejam razão para chegarmos a casa. Para sermos casa.
eu ainda ando à procura da minha... :)
ResponderEliminarbom fim-de-semana, vi. :)
deixo-te um beijo. :)
cá em casa quem me espera é sempre a fome e a preguiça... assim que entro em casa, elas agitam as caudas felizes por me verem :)
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ResponderEliminardeixa a solidão adormecer devagarinho no teu colo... depois coloca-a suavemente num recanto macio do teu coração...
emocionante texto, minha doce
beijinho
nanda
Manel,
ResponderEliminarAqui não me esperam fome e preguiça, eu trago-as... :) então a ti se te esperam se não fores para casa não tens fome nem preguiça... Olha que sorte. Comigo não funciona assim...
Nanda,
ResponderEliminarÀs vezes consigo adormecer a solidão, mas já não encontro nenhum recanto macio do meu coração para a guardar... Está sempre a acordar e à minha espera. Acho que pertencemos uma à outra. Somos cada uma da outra...
Alaska,
ResponderEliminarAndas à procura da tua casa?... se é isso é bom, mau é tê-la encontrado e depois perdê-la, como um sem-abrigo de vida, em que o único abrigo é mesmo a solidão que se torna parte de nós.