sexta-feira, 13 de janeiro de 2017


Ao longo das horas a lua vai descendo pela noite que forra o negro fundo tripartido da minha janela, vai-se chegando ao chão, vai desfazendo a linha do horizonte cheio de ilusões de distância, mas a realidade é ser só longe do sonho - ser longe, não distante. A distância come-se, a lonjura devora-nos. Quando está quase a desaparecer, quase escondida debaixo dos telhados de que não precisa abrigo, parece prestes a incendiar, cora no seu sorriso aberto. Talvez antes de tudo acabar haja sempre um pequeno incêndio que nos cora a N alma, que se desfaz num sorriso quente, mas condenado; que se torna tão perto de longe numas horas tripartidas de tempo que se esqueceram de esquecê-lo. A lua mudar de vidro relembra. 
O tempo é movimento, é mudança, senao não há tempo, nao sabemos se o tempo passou.

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