Cortar o fio do passado com medo de com isso cortar o fio de Ariadne que nos retorna a nós, que nos devolve às raízes que nos fizeram crescer, que nos fazem reconhecer-nos.
Cortar o fio como quem fecha uma ferida talvez não cure, talvez não sirva, talvez não resulte. O que fazer com o passado para que não nos puxe pela ponta do casaco, não nos faça entortar a espinha e desequilibrar? Que fazer ao passado traquina que nos faz voar nos ventos da beira mar, preso por um fio a umas mãos pequeninas cheias de futuros impensados, brincados ao sabor de um papagaio sem medo de alturas, que se despenha na base das dunas, quase ali nos bigodes do mar? Que fazer? Quem ser não deixando de sermos nós com a memória amputada feita amnésia, feita estrada cortada e proibida, como se para trás fosse o beco sem saída por onde entrámos?
Às vezes o passado lembra as caudas das lagartixas, ou os gatos. Tal e qual a esperança, aliás.
(ainda que no meu caso sempre em tempos complementares, nunca coincidentes. Ou passado, ou esperança - são mutuamente exclusivos...)
(ainda que no meu caso sempre em tempos complementares, nunca coincidentes. Ou passado, ou esperança - são mutuamente exclusivos...)
Olvido, é bem verdade.
ResponderEliminarfintar o passado foi das coisas que mais trabalho me deu, até hoje...
tarde boa para ti.
beijinho
por mais vontade que tenha, se não fosse a minha história, as minhas cicatrizes, não sei se alguma vez poderia ser o meu eu presente. ainda que na dor não dê assim tanto conforto.
ResponderEliminardeixo-te um beijo, vi. :)
Laura,
ResponderEliminarAí está uma boa perspectiva, nem cortar o passado nem esquece-lo... fintá-lo! Tenho de aprender a fazer isso! Obrigada ;)
Boa tarde para ti também
Querida Alaska,
ResponderEliminarPercebo-te. Eu gostava de manter o que aprendi mas esquecer como o aprendi. Talvez assim a dor se esquecesse de sentir.
Um beijo para ti, menina :)
caudas de lagartixas e de gatos são coisas muito distintas, porque as primeiras nunca morrem e as segundas são o loop que leva a mão de volta ao início do gato...
ResponderEliminarEu disse as caudas das lagartixas e os gatos, não (as caudas) dos gatos... Mas é isso, duas coisas que parece que não morrem, têm muitas vidas. Mais ou menos esse efeito loop ;)
ResponderEliminarsem passado não há futuro, mas sim, o passado vivido à memória e, quando esta é demasiado sentida...até o presente anda à deriva!
ResponderEliminarbom dia Olvido
:)
Estou cansada de passados e da memória com tanta gaveta vazia por ocupar sem que nada seja digno de guardar, enquanto outras estão gastas de tanto ser abertas e remexidas. Não sei se sem passado não há futuro, às vezes parece-me é que enquanto houver passado o futuro não chega.
ResponderEliminarBom dia, Moonchild :)
ResponderEliminarE como fazer quando se quer esquecer o passado? Hoje estou que um bocadinho de amnésia até que nem me fazia mal... ou hibernar um tempo sei lá.
Beijo
nanda
Olha Nanda, estou exactamente como tu... amnésia ou hibernação. Adequadas as duas a ursas eheheh
ResponderEliminarBeijo, nanda
(you've got mail...)
Então sou ursa sim com muito gosto :)
ResponderEliminar(Thank you...)
.... Somos, então somos :)) ursinhas
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