terça-feira, 24 de janeiro de 2017



"Casa-te com quem não te sirva para nada, ou não te cases.

Junta-te só com quem não tenha utilidade prática nenhuma, ou não te juntes.

Ama quem não precises; se precisares nunca saberás se amas.

Os outros não servem para pregar pregos; ir às compras; lavar louça; tratar do carro; carregar coisas pesadas; lavar roupa; passar; cozinhar. Nem sequer para dividir a renda ou o trabalho ou para ter companhia.

Entende que o amor é diferente da utilidade; não esperes utilidade de quem amas, como não esperas amor da mulher a dias.

(...)

Amar é querer estar juntos, ter projectos, partilhar coisas e segredos. É querer mãos dadas, e sexo, e ficar calados um ao pé do outro. É partilhar entusiasmos e agruras. É compreender e querer compreender. Também é dar e receber, e saber dar, saber aceitar. Quem ama também faz coisas que são só para o bem do outro, mas isso não chega, não há amar sem partilha, de actos e de emoções.

Não estejas com ninguém para foder de borla. Há soluções melhores para isso.

As pessoas não servem para nada; não é suposto servirem para nada. E é quando não servem para nada mas as queres por perto que sabes que amas."


Do Menino, aqui na íntegra, a dizer o que penso há tanto, mas tanto, tempo. Amar não é precisar, não é dar-nos jeito, não é ser-nos útil. Não é não conseguir viver sem alguém, é menos ainda dizê-lo para uma qualquer chantagem emocional, manipulação barata de gente sem espinha, para gente poucochinha se deixar levar. Amar é só querer o outro perto para tudo, e isso fazer-nos sentir melhor e ser melhor, ou querer sê-lo. Mais nada.
Quem escolhe ficar com quem não precisa é porque ama, e ponto final.
E depois lembro-me das vezes que ouvi, quase como recriminação, que não precisava de certas pessoas para nada. Pois não. Mas há pessoas que não sabem amar, e, talvez por isso, não sabem reconhecer o amor. Nunca lhe disse que não era capaz de viver sem ele. Não disse porque sou, só não queria, o que é diferente. Muito diferente.
Amar não é depender.

2 comentários:

  1. Reflexo de um erro maior é acreditar-se que se pode educar ou reeducar o outro.

    Olá Olvido, como vai?

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  2. Olá, Impontual,

    Educar não sei, há coisas que se educam porque se aprendem se o outro quiser aprender, mas ninguém muda a pedido, se é que alguma vez muda...
    Acredito que as pessoas se adaptam, se moldam às mudanças da vida, mas sempre sobre os seus próprios alicerces, e são esses que definem a pessoa, a essência do que se é. E esses eu não acredito que mudem. Muito menos a pedido ou porque dá jeito a alguém. Nunca acreditei nisso. As pessoas de quem gostei não tentei alterá-las, nem faria sentido, senão não seria dessa pessoa que gostava mas de outra que na verdade não existia.

    Vou bem, obrigado, mas podia ir melhor, é um facto :)

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