quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Gostei do "minha", do querer "sentir-te minha",
não porque o oiça como posse, mas porque me é doce a sensação de pertença.
Como uma casa a que se chega, a que chamamos nossa, não por plena propriedade de direito, mas porque pertencemos àquela casa. Algo nas suas fundações nos suporta, algo da sua luz nos conforta, o cheiro é a lar, a conforto que se sente mal se passa a porta. Como se parte de nós estivesse ali e nós fizéssemos pleno sentido ali. Só ali.
É ter em mim algo teu, que te faz meu;
 é teres em ti algo meu, que me faz tua. 
Como o coração fora do peito a bater ao nosso ritmo noutro peito.
Só nesta geografia fora do lugar faz sentido - se faz o sentido.
Em que o lugar não é um sítio mas um querer bem.
Um bem-me-quer. 
Meu, de querer-te bem. Teu, de bem me quereres.

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