quarta-feira, 2 de novembro de 2016


[foto @onyximtimates]

É o defeito dos dias bons, vir contente e vaidoso no meio dos desgraçados, dos desgrenhados e dos apenas desengraçados - dos que não são bons nem maus, são ressacas dos dias bons. Aparentados só por proximidade, deixam um certo amargo de boca e cinzenta a disposição póstuma. É o ar que não enche o pulmão, é o sol que não passa o vidro, é o sorriso que teima em não rasgar e ficar pelo esgaçar do momento que não chega a chegar inteiro. É ter tudo à disposição mas nada servir ao coração. É fazer contas à vida e faltar sempre a prova dos nove, dos noves-fora-nada. E não foi nada. Não foi. Nada.

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