sexta-feira, 4 de novembro de 2016



Às vezes dizemos que estamos a fazer tempo, que fazemos tempo, como se o tempo fosse produto de vontade, força ou engenho. 
O tempo é coisa escassa, mas que nasce a cada momento. E morre também, ainda que seja feito de infinito. O tempo é coisa invisível, maleável e por de mais relativa, mas de medidas absolutamente rígidas. E só cabe onde quer, mesmo que alguns gostem de o chamar elástico.
O tempo cai quando não estamos a olhar e desliza quando estamos à espera. Se olharmos de frente para ele, não se mexe, e se não damos por ele é porque fugiu. É coisa que se agarra tanto como o vento... podemos enfunar velas e aproveitar, ou podemos levar com os despojos, que arrasta com violência, se não tivermos cuidado.
O tempo é o que dizem que cura tudo. Eu só vejo que esbate a cor nas fotografias.
O tempo é aquele segundo por que perdemos a corrida, e aquele segundo que deslizando teima em não cair. Nem que o abanemos.

2 comentários:


  1. "Tenemos poco tiempo, había dicho ela muy poco tiempo después."
    Querida Olvido, estou a ler "El pintor de batallas". O tempo passa mas o teu Faulques nunca te esqueceu,nem um bocadinho.
    Bom dia!
    :)
    Beijo
    nanda

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  2. Estás a ler em espanhol?? Isso ainda deve ser melhor!! :))))
    Ofereci-o há dias a uma pessoa e aproveitei para voltar a folheá-lo e reler passagens... caramba, aquilo sim é uma personagem feminina, que diz até o que penso "já não há mulheres como aquela que eu gostaria de ser"... Das frases do livro que me ficaram... Espero que gostes, Nanda, tanto como eu. A história, ou histórias entre-cruzadas são muito boas e fazem questionar algumas coisas... ou eu gostei, pronto! ;)
    O meu Faulques, se existe e não me esqueceu, anda com Alzheimer... só pode. ;)
    beijo
    Vi

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