quinta-feira, 1 de junho de 2017


porque a loucura

deve ser rasgada por dentro

com as mãos cravadas numa ponte

acesa ao abismo



gil t. sousa

[... e não são todas as pontes por explorar um abismo? Um desconhecido da outra margem?... Uma loucura, ou um sonho, a rasgar por dentro, com medo mas com vontade? Se por dentro a vontade não ganha, o medo não perde - se ganha dizem que é loucura, se perde a vida não muda.
Loucura, o rasgar e ir.
Não ser feliz e não tentar rasgar o desconhecido, abri-lo com as próprias mãos, não será a loucura mais perigosa? Na outra margem do abismo pode estar o que queremos, se nesta, onde estamos, não estiver. Aqui, onde estou, não está.]

6 comentários:

  1. Continua, vai em frente. Dá p perceber uma certa determinação. Atitude.
    :) Gosto deste teu texto Vi.
    Beijo minha querida
    Nanda

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    1. Isto foi escrito noutra vida, mas andei a ler coisas antigas e guardei este juntamente com outros tantos. Às vezes não sei como arranjava força para escrever assim, com vontade de acreditar, ou melhor ainda, acreditando mesmo... seria eu?
      Beijo, nanda

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  2. E mesmo que nesta margem haja Felicidade, porque não almejar o Infinito que possivelmente espreita na outra margem?

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    1. :)
      Eros, pelo que vejo as pessoas não parecem ter coragem de almejar muito, mesmo quando infelizes... então se a felicidade morar na margem em que pisam, não mudam, não têm porquê... nunca me fez muito sentido nem a primeira nem a segunda hipótese, mas já estive muito mais longe, ja nao almejo muito, encurtou-se-me a alma ao tamanho de cada dia... mas admiro quem ainda tem garra de acreditar que a maré se verga à nossa vontade e garra, antes de nos vergar a vontade e aparar as garras...

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  3. Vi, por vezes é próprio das grandes almas desprezar grandezas e almejar mais o médio do que o muito;)

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    1. Ai, Legionário não concordo nadinha com isso, rapaz... nós almejamos na medida da nossa alma, se almejamos só o mediano estamos mal... é próprio das grandes almas olhar longe e palmilhar horizontes sem rede. Eu é que já estou curta de horizontes o olhar também se cansa, mas não é coisa boa essa de almejar só o mediano..

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