[foto @keslertran]
"Caí no silêncio há vários dias. Quero falar-te das horas incandescentes que antecedem a noite e não sei como fazê-lo. Às vezes penso que vou encontrar-te na rua mais improvável, que nos sentamos diante do rio e ficamos a trocar pedaços de coisas subitamente importantes: a tua solidão, por exemplo. Mas depois, virando a esquina, todas as esquinas de todos os dias, esperam-me apenas as aves que ninguém sabe de onde partiram."
Vasco Gato
...ou que destino têm.
como eu, aqui... aqui ou em qualquer lado. a todos lugares pertenço e de nenhum sou pertença - ou assim o sinto nestes dias. coisa estranha essa, de querer falar e não saber de quê, não saber por quê, só esta aflição asfixiada na vontade de algo que me tire o peso de dentro - não de cima, de dentro, é o por dentro que me pesa e me encolhe, encarquilha o respirar - este peso que não sei onde se esconde ou porquê, mas cresce e esmaga a esperança a cada esquina que não valerá a pena dobrar, a cada palavra que se cala sem saber o que cala, a cada suspiro que não expira cansaços de alma... a minha solidão, por exemplo. essa ave que não sabe para onde voar ou donde é. das penas que a cobrem voaram as raízes, o ninho é onde se quer chegar, e quanto mais se quer chegar mais estranhos são todos os sítios onde paramos pelo caminho. nunca pertencemos na esperança de um dia pertencermos a um sítio que chamaremos nosso, que seremos nós. sítio, não lugar. lugar ocupa-se, vaga-se e reocupa-se, sítio é onde estará sempre parte de nós, onde somos ou fomos, mas permanece numa geografia temporal que não se move em nós, de nós. fica. como este sítio onde este peso me converge e chama a minha solidão de sua.
...ou que destino têm.
como eu, aqui... aqui ou em qualquer lado. a todos lugares pertenço e de nenhum sou pertença - ou assim o sinto nestes dias. coisa estranha essa, de querer falar e não saber de quê, não saber por quê, só esta aflição asfixiada na vontade de algo que me tire o peso de dentro - não de cima, de dentro, é o por dentro que me pesa e me encolhe, encarquilha o respirar - este peso que não sei onde se esconde ou porquê, mas cresce e esmaga a esperança a cada esquina que não valerá a pena dobrar, a cada palavra que se cala sem saber o que cala, a cada suspiro que não expira cansaços de alma... a minha solidão, por exemplo. essa ave que não sabe para onde voar ou donde é. das penas que a cobrem voaram as raízes, o ninho é onde se quer chegar, e quanto mais se quer chegar mais estranhos são todos os sítios onde paramos pelo caminho. nunca pertencemos na esperança de um dia pertencermos a um sítio que chamaremos nosso, que seremos nós. sítio, não lugar. lugar ocupa-se, vaga-se e reocupa-se, sítio é onde estará sempre parte de nós, onde somos ou fomos, mas permanece numa geografia temporal que não se move em nós, de nós. fica. como este sítio onde este peso me converge e chama a minha solidão de sua.
preciso, às vezes, da solidão. é um pássaro que deixo repousar nas minhas mãos...
ResponderEliminarTambém eu às vezes gosto de a deixar pousar em momentos muito meus, mas não gosto quando se engaiola no peito, quando, sem ter por onde sair, me traz presa... dessa não gosto. não gosto do que não tenho como escolher.
Eliminar