segunda-feira, 12 de junho de 2017


... e se o meu mal não tiver nome? 
...se me naufragar em terra e de pé seco?
como peço socorro? há socorro?
...e se o meu mal for um náufrago da minha vida de que não me posso socorrer, ainda que tenha nome? 
...ainda que atravesse mares a nado por nada, 
... ainda que por mim tenha passado sem que nunca tenha por mim dado um passo...
...se nunca o chamar tenha sido sempre um instituto da minha vida,
 sobre que assento a ruína dos pilares que nada seguram mas tudo suportam, 
quem chamo?
Quem chamo se as janelas estão fechadas e as portas trancadas com a voz por dentro, 
e eu trago disfarçado nos pés um passeio alegre?


4 comentários:

  1. Ai. Não sei...quando souberes, diz... tenho tantas saudades à deriva e não avistam farol nem horizonte.
    Olha...e se o teu mal, o náufrago de ti, for afinal o teu maior Bem??
    (este texto é lindo que dói)
    Um abraço, querida Vi. Do tamanho do mundo.
    Nanda

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    1. Este texto apareceu antes da foto, mal bati os olhos naquele "instituto de socorros a náufragos"... li aquilo e automaticamente a pergunta apareceu-me por dentro dos lábios " e se o meu mal não tiver nome? Se não for náufrago mas algo me naufragou...como pedir socorro?"...e tirei a foto... há coisas estranhas, não há? Não tem lógica dar de caras com isto e começar com ideias parvas daquelas... mas ficou-me a brincar por dentro, teve de sair. ainda bem que gostaste :)) obrigada

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  2. :)) nem tudo tem lógica... e as vezes as coisas estranhas podem ser sinais.
    Eu que agradeço, Vi, pela partilha.
    Bom dia, menina :)
    Nanda

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