segunda-feira, 5 de junho de 2017

[foto @kat_in_nyc]

E se o tecto for feito de nuvens 
vamos subir ao telhado descalços 
e enfeitar o cabelo com grinaldas de chuva 
que escorrem sonhos de azul 
pela pele arrepiada de sorrisos beijados. 

(As nuvens a salpicar o azul do caminho fazem-me chover palavras nas mãos. às vezes temos de parar o dia para sentirmos - como agora tive de parar para escrever esta frase que me fez cócegas - e é nessa altura que o tempo avança, que o tempo não faz tempo, de resto são só ponteiros a rodar em falso, a darem horas mas a tirarem tempo. 
É quando o tempo pára que o tempo verdadeiramente conta, ainda que não o sintamos passar. É nos instantes em que ficamos suspensos no tempo que o momento cristaliza, eterniza-se. O tempo é uma qualquer variável paralela à vida que nos acontece dentro, os pontos de tangência são esses.)

2 comentários:


  1. É exactamente quando desligamos/paramos o tempo que passamos a viver uma outra dimensão de tempo, o nosso. Ena, lindo texto Vi. (Fazes uma descrição perfeita do meu OM :))
    Querida Vi,seja com gotas de chuva beijos ou petalas, que nunca nas mãos te faltem palavras.
    :)
    Nanda

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Preferia que não me faltassem outras coisas, mas é o que temos... ;)
      beijo, querida nanda

      Eliminar