terça-feira, 13 de junho de 2017



[foto de Patrice Forsans]


e a minha mão
desceu o teu rosto
num movimento
de coisa que parte

e tu disseste:
porque é que as mãos
dos que amámos
nos acenam vazias?

mas não
na minha mão
havia uma lágrima enorme
e azul
que tu
já não sabias ver


gil t. sousa


[foram tantas as vezes que a minha mão desceu o teu rosto, tantas quantas as vezes que o teu rosto partiu, indiferente à minha mão que chorava, vazia.]

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito... às vezes parece-me que a poesia é um modo de respirar que de vez em quando asfixia-nos de beleza...
      Bom dia, Legionário :)

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