quarta-feira, 22 de março de 2017

Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres

Não se pode cortar a dor senão sofre-se o tempo todo. Às vezes já só resta a dor, sem ela não resta nada. Perdemo-nos do mundo pelos nossos olhos, abandonamo-nos à deriva da dormência do coração. À demência da razão quotidiana e saudável. Será por isso que não me livro da minha? Porque me salva do nada? Do não ser nada? Do ver sem sentir? Do sentir sem ser por dentro?... Mas como, se me quero vazia para me poder voltar a completar com coisas diferentes, onde nao haja apenas dor ou o nada a que falta vazio?

2 comentários:

  1. Bom dia :)
    Estou tentado a concordar, a dor faz-nos saber que estamos vivos.
    Acontece.
    Beijinhos :)

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  2. CC,
    Acontece a Clarice dizer umas coisas que me fazem parar. Como esta.
    A dor faz-nos continuar a sentir, perdê-la antes de sentir outra coisa suponho que nem é vazio que nos deixa é ocos e sem grande propósito...
    Bom dia :)
    Beijos

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