domingo, 26 de março de 2017

(...if you can...)
[foto @theselittlesquares]

"Não sei o que quero de ti daqui a dez anos; fosse eu vidente, não andaria a escrever blogs. Não sei sequer quem tu serás daqui a dez anos, posso especular e imaginar, mas não sei nada do futuro, ninguém sabe.
De ti, só sei o que quero hoje: a tua mão na minha, o teu sorriso, as tuas palavras; a tua compreensão de quem eu sou e do que sou, do que valho, de onde falho; a tua vontade de me querer; a persistência de me querer melhor; é nisto que penso quando penso em ti, nas coisas que fizemos juntos, no que ainda queremos fazer, em como inventamos juntos sonhos e projectos à medida que o caminho se vai fazendo ao andar. É nisto que penso, se penso em ti sem te ver.

Depois vejo-te e o mundo explode, cascatas de lava que encurralam o inverno."


Aqui há dias dei por mim a pensar o que será feito de mim daqui a dez anos, o que de agora ainda durará até lá, o que permanecerá e o que, por afinal por não ser importante, cairá por entre os dedos do tempo que penteiam os dias, um a seguir ao outro. Hoje leio isto, e percebo que não pensei como estaria daqui a dez anos quem está ao meu lado - porque tenho um lugar vazio, ainda que se calhar ainda não completamente desocupado -, mas se estivesse alguém, acho que este texto diria tudo o que a mim me falharia dizer assim...

2 comentários:

  1. Eu diria que o futuro sempre me aconteceu, e eu não dei por isso. Nunca tive uma meta… portanto, quando dava por isso, o futuro já cá estava. De maneira que estou tranquilo…
    Vi, não conseguirás ligar os pontos a olhar para a frente; só os poderás ligar se olhar para trás. Então tens que confiar que os pontos se ligarão de alguma forma no teu futuro. Tens que confiar em alguma coisa - na tua garra, destino, vida, karma, qualquer coisa.:))

    Ou como disse Alberto Caeiro:
    “Depois de amanhã, não há.”

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  2. Pois o futuro tem essa mania de ir acontecendo, e normalmente não como o pensamos (se nos dermos ao trabalho de o pensar e eu dou, felizmente ou infelizmente...); agora se as coisas fazem sentido quando olhamos para trás, é uma coisa que nao tenho por certa... Há coisas que provavelmente nunca farão sentido, nunca saberemos exactamente a razão da sua existência, a lição a retirar. Às vezes acontecem só, sem linha a unir os pontos a definir um qualquer caminho com direcção e uma qualquer razão...
    Talvez seja esse um dos meus problemas: não confio no destino, desconfio do funcionamento do karma e não avisto garra em mim ... Ou qualquer coisa que sirva para grande coisa... Vou deixando que o tempo me aconteça e vou pensando no que me fez de acontecido, mas sem grandes (ou pequenas) conclusões...

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