A lua está tão luminosa, tão linda, tão magnética que é impossível não lhe colarmos o olhar. As páginas do livro não resistem, perdem a minha atenção, as palavras desfazem-se no luar. É em gesto quase automático que fecho o livro e me levanto do sofá, desligo a luz e deixo o luar ligar-me os sentidos à alma, abarcar-me inteira. Sento-me à beira da janela, nariz quase colado ao frio do vidro, e deixo-me navegar aquela luz, divagar devagar à deriva naquela força da gravidade lunar, que me puxa e dá asas, sem me fazer mexer um músculo. Não, não é verdade, mexi só os necessários para me roubar um sorriso de meia lua inteira. Não é lua cheia, mas esta luz é inteira, a parte sombria da lua não lhe ofusca este brilhar intenso e denso, intenso, sem ser deixar de ser leve e de nos levitar, a pairar à sua volta, tal como os fiapos de nuvens que rodeiam aqui e ali, e que só lhe favorecem a beleza, como finos véus esvoaçantes. Se se conseguir uma luz brilhante o suficiente, nem se dá pelas sombras que trazemos.
Que bonito texto, Vi! Dá pra ver e sentir "em tempo real" os teus movimentos e até o esboçar do teu sorriso à Lua. Adorei!!!
ResponderEliminarBoa noite
Beijos,
nanda
:))
ResponderEliminarFoi mesmo assim, o momento captou-me e entregou-me as palavras embaladas em luar.
Boa noite, Nanda.
Beijinhos