Hoje a noite está fresca mas não está fria, não há vento e as estrelas hão-de brilhar igualmente límpidas no céu negro, para lá da névoa que agora as esconde. Vim fumar o último cigarro no degrau da varanda e penso como há coisas que nunca saberei, de que nunca terei resposta, e que hoje isso me inquieta menos. Talvez porque se acumulem ou talvez seja do tempo que se vai acumulando. Ou só do hábito, não sei. Tudo perguntas sem resposta, e as perguntas sem resposta devem ficar enterradas no passado, nos dias que já foram, porque nunca terão futuro, não há dia de amanhã para elas. É sempre hoje, é sempre agora para uma pergunta sem resposta. Essas perguntas deviam acabar, não num ponto de interrogação, mas com o ponto de interrogação. Como se este fosse o epitáfio dum pensamento que não pode ser continuado. Morriam com a sua expiação em palavras, davam o último suspiro e deixavam quem perguntou respirar um futuro limpo, quase sem memória. Quase.
Talvez...todas as respostas acabem por ser simples quando temos a habilidade de nos desobstruir dos pensamentos. Sempre que sentimos, a sabedoria maior flui, os reencontros sucedem-se e os maiores segredos são revelados.
ResponderEliminarBom dia, Vi:)
... pois não consigo essa coisa de me desobstruir dos pensamentos, mas deve ser tranquilizante. A minha cabeça parece que não pára, e o pior é que é uma canseira e não ganho nadinha com isso. Tenho de me dedicar à arte da meditação, está visto... ;)
EliminarBom dia, Legionário:)
Quando quero paz, vou ao Ikeia, deito-me numa das camas com os phones nos ouvidos e fico lá deitado a ouvir música durante uma hora ou mais..talvez seja a minha forma de meditação, mas na verdade funciona.
EliminarDessa não me lembraria... e não sei se, mesmo com phones nos ouvidos, eu conseguiria paz para tentar meditar no Ikea... parece-me uma actividade radical essa ;))
EliminarBom dia, Paper Cut