terça-feira, 20 de março de 2018

[Foto de Chema Madoz]

Não quero as palavras que me remexem as entranhas; ando fugida das palavras que falam as forras do meu ser por ser e sido; estou cansada das palavras de mãos mudas e quietas, incapazes. Estou farta das frases ocas, das vírgulas disfarçadas de pontos finais que nunca o foram, dos parágrafos que não mudam de linha, dos capítulos que se sucedem sem nada suceder que faça este meu mundo ceder. Exausta do livro que tem a mesma história reescrita vezes sem fim com o mesmo fim, que é só uma vírgula e uma página por acabar.
Mas volto sempre às palavras como quem esbarra no destino sempre que lhe tenta virar costas. Como quem entra num novo capítulo, quando pensava ter fechado o livro pelo lado de dentro.

2 comentários:

  1. Adoro. Quero um livro assim. Parece que queres entrar por esse livro dentro, como aquelas crianças que desmontam um relógio para descobrir o que é o tempo. ;)

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  2. :)) a ideia da imagem é espectacular, sim. Diferentes linhas, diversas combinações - a mesma história que dá tantas histórias... ;)

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