terça-feira, 16 de maio de 2017



Hoje acordei com fome de Alentejo e de todos os meus sinónimos dele: as conversas lentas aquecidas ao sol, bem servidas de um vinho fresco que nos brinca no copo entre os dedos e um prato bem recheado de sabores. Tive saudades dos brincos de Verão, pendurei-os de manhã nas orelhas para me sentir mais longe daqui, lá onde estou mais perto de mim, onde me sou mais e quero mais e sinto  sentir-me mais. Quero fugir daqui para os braços da minha alma em sossego, que se enche quando enche a vista de pores do sol que se entranham em nós, tanto que esse calor que  nos convence que a vida cresce quando se está bem e que os sorrisos nos caem bem, quando nos achamos mais perto de nós, mesmo que estejamos sozinhos, ou com quem nos deixa estar tão bem como quando se está sozinho sem solidão. Sinto falta disso, desse estar, sendo. E dos almoços prolongados no Sacas ou no Tranquitanas, e daquelas cores de por de sol que me fazem pairar na linha de horizonte como se o horizonte fosse só o meu olhar, ali ao alcance da mão, por o sentir aquecer-me o coração, congelado pelos dias onde mal me vejo e nem me quero sentir. 
Hoje acordei assim -  com vontade de lonjuras para me trazer por perto.


4 comentários:

  1. Tão bom o Alentejo...também o adoro.
    ~CC~

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    1. Tão bom... e hoje falta-me especialmente e nem sei porquê.
      Bem vinda, CC :)

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  2. Tu e o Alentejo é mesmo um caso de amor que perdura :) Que permaneça um lugar onde te possas encontrar e reinventar. Beijos

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    1. :) ... é, sou pelos amores que perduram; espero que este não tenha razões para acabar.
      Beijo

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