[foto de Lucile Fergesson (@spirit_capture)]
"Espero curarme de ti en unos días. Debo dejar de fumarte, de beberte, de pensarte. Es posible. Siguiendo las prescripciones de la moral en turno. Me receto tiempo, abstinencia, soledad.
¿Te parece bien que te quiera nada más una semana? No es mucho, ni es poco, es bastante. En una semana se puede reunir todas las palabras de amor que se han pronunciado sobre la tierra y se les puede prender fuego. Te voy a calentar con esa hoguera del amor quemado. Y también el silencio. Porque las mejores palabras del amor están entre dos gentes que no se dicen nada.
Hay que quemar también ese otro lenguaje lateral y subversivo del que ama. (Tú sabes cómo te digo que te quiero cuando digo: «qué calor hace», «dame agua», «¿sabes manejar?», «se hizo de noche»... Entre las gentes, a un lado de tus gentes y las mías, te he dicho «ya es tarde», y tú sabías que decía «te quiero»).
Una semana más para reunir todo el amor del tiempo. Para dártelo. Para que hagas con él lo que quieras: guardarlo, acariciarlo, tirarlo a la basura. No sirve, es cierto. Sólo quiero una semana para entender las cosas. Porque esto es muy parecido a estar saliendo de un manicomio para entrar a un panteón."
Jaime Sabines - Yuria
Receito-me saudade, abstinência, tempo - três coisas que não quero, três coisas que soçobram onde só eu sobro, eu e a fogueira ateada pelas palavras que ficaram por queimar os lábios em beijos que não te disse, nem de tudo o que te disse nos interstícios suaves das palavras banais - como aquele "olá" que rompia o correr do tempo, que recomeçava tudo como se nunca tivesse sido interrompido. Como se connosco o tempo não tivesse saltos de ausência, porque até a ausência, de tão presente, era sermos juntos. Ou era eu ser. E talvez esse tenha sido o problema - eu ser e só eu ser, eram dois problemas, afinal.
Uma semana.
Uma semana, prescreve esta receita, talvez seja tempo a mais para esquecer-te se nunca exististe meu, se nunca te habitei a camada profunda do ser que a pele esconde e revela quando é amor.. Mas não, é tempo que não te darei mais. Sim, talvez seja a receita para sair do manicómio ou para melhor o manicómio me habitar, não sei.
Dá-me uma semana e dir-te-ei. Com silêncio - como todas as tuas respostas - porque numa semana curo-me de ti, de nós e já nem sei que perguntas, que pergunto.
Eu, que já nem pergunto nada, doida de interrogações.
Queimar os lábios em beijos é deveras interessante :)
ResponderEliminarNão deves recriminar pelo silêncio, há pessoas assim.
Talvez não recrimine o silêncio, mas o que o silêncio, servido como respostas a perguntas feitas, revela...
EliminarE o que queima, são as palavras que foram ditas em beijos e mais ainda as que ficaram por dizer como beijos por dar... ;)
Lembrei-me agora que as palavras ditas por beijos às vezes são incompletas, às vezes são mentira... fiquei triste agora...
EliminarEu diria que as palavras ditas por beijos são as menos incompletas mas as mais incompreendidas :)
EliminarQuanto à mentira, mais importante que a mentira dos outros é a nossa verdade e muitas vezes lidar com ela e com essa discrepância. Porque a mentira pode estar em todo o lado, desde que engane com o objectivo de enganar. Depois de se fazer da mentira parte da vida parece-me que chegam a um ponto que já nem reconhecem a verdade, a sua verdade. Eu ando a tentar não perder a minha, a resgata-lá da mentira dos outros, a tentar entendê-la.
Bom dia, miguel
(Não fiques triste rapaz, vai lá ter aquela conversa de olhos e depois conta como foi uma conversa boa :) )
Eliminarrapaz :) gosto de menino :)
EliminarOlha também ando entusiasmado com esse rever de uma cara do passado que tanto me diz... mas tudo tem o seu tempo :)
E já não estou triste!
Bom dia Vi ;)
menino precisa de mãe ainda, rapaz é um começo de homem e de consciência do que será ser homem... ainda que um homem saiba, em si, às vezes dar lugar ao menino :)
Eliminarmas se já não estás triste é o que interessa ;))
Bom dia, Miguel :)