A regressar de casa da hora de almoço, parada no semáforo, vejo um moço de outra fila de trânsito sair do carro, deixar a porta aberta, correr até à espécie de rotunda, arrancar uma flor (plantadas há pouco tempo, por acaso) dum amarelo cheio de vida, e correr de volta para o carro. Assim, um miúdo de vinte e tal anos, sem querer saber se estava no meio do trânsito, cheio de carros por todos os lados, do que iam achar ou do que poderia parecer… grande puto, ganhaste a minha simpatia até ao resto dos meus dias… E com isto tudo, desatei-me a rir, apeteceu-me sair do carro e aplaudir. Estava a precisar duma prova de vida destas hoje - e ontem, e provavelmente amanhã - fiquei só a rir-me sozinha, enquanto arrancava com a descida do verde ao semáforo e a vida à terra, a desejar longa vida a paixões assim, e longas e boas paixões a quem se entrega assim, em momentos que valiam ser fotografados (lembrei-me mas desisti mal pensei nisso). Ficou só um momento deles, e uma memória minha, com um desejo forte de muitos momentos assim para quem se atreve a sentir e a fazer maluqueiras boas e apaixonadas … são essas pessoas que ficam e esses os momentos que valem a pena.
Espero que a flor, chegada a casa, seja guardada dentro dum livro de poesia, que como se sabe, é o único sítio onde os amores perfeitos não morrem.
[lembrei-me, já a estacionar o carro, duma viagem onde fui ultimada a encostar o carro, porque há beijos que são urgentes e imperdíveis... e deram-se e não se perderam :) tenho saudades de estar apaixonada, e agora senti-o mais, essa é que é essa! ]
Sabes Vi, por vezes o que vale é o impulso, e o resto...podeis buzinar porque o amor é superior;)
ResponderEliminarSe eu buzinasse neste caso não seria a reclamar, mas o contrário ;))
EliminarE sim, o que é bom e espontâneo… é tão melhor…