Tudo tem de acabar, e acaba, e este é o último amanhecer aqui. E o dia claro, límpido, novo, desponta. Não como queremos, mas como é. Aceitar isso talvez seja maturidade. E pesa. Só podemos escolher entre o que temos e o que achamos que poderemos ter. As duas têm um custo. Maturidade é talvez sabê-lo e escolher o custo que conseguiremos suportar. Como é maturidade aceitar o que não queremos de todo, que revolta, que magoa, mas que não está nas nossas mãos mudar.
Mas o dia nasce sempre limpo, novo, virgem.
Quase inocente. E claro, tão claro.
[As coisas que eu perderia se a pintarolas não quisesse vir cá fora as seis da matina, mais coisa, menos coisa. Acho que anda a sonhar com gatos. Percebo-a. Eu hoje também sonhei, mas não era o gato que estava ao meu colo, nem eu corria atrás dele, nunca o fiz, mas tinha um calor bom, brando, doce, cheio de ternura. Aquela ternura que é cruel ao acordar para o mundo. Acabei o livro, e mexeu comigo aquele lunário.]
"Só podemos escolher entre o que temos e o que achamos que poderemos ter."
ResponderEliminarOlá Vi, grande verdade esta tua frase.
Depois tudo depende do que se pensa poder ter, há quem ache que nunca conseguirá melhor do que tem, e na incerteza prefere acomodar-se, não por valorizar de facto o que tem, mas porque acha que não arranjará melhor ou não está disposto a enfrentar a incerteza e poder ficar pior do que está... mas é sempre uma escolha... e depende da bitola de cada um para a sua própria vida.
EliminarOlá, Legionário :)