Há pessoas que são casas inteiras a morar dentro de nós. Com muitos quartos, portas, divisões, janelas abertas à alma e ao horizonte de sonhos. Casas que percorremos que vivemos que habitamos e nos habitam. Algumas - percebemos um dia - que nos habitam, mas só nós a habitamos, de resto estão desertas. É aí, nesse momento, que começamos a fechar a casa. Divisão a divisão, porta a porta. Rodamos a chave e fechamos, e assim vamos andando e vivendo. Por vezes surge-nos, não sabemos de onde, um som, um cheiro, uma música, um arrepio doce na espinha, na pele, uma qualquer sensação que algo ficou por fechar. Voltamos atrás, voltamos a abrir portas e procuramos alguma janela aberta por trancar. Não encontramos ninguém no percurso, fechamos a janela e voltamos a trancar portas. Até estar tudo fechado, trancado, completamente desabitado, vazio - mesmo que esse lugar continue a morar dentro de nós. Guardamos a chave, e esperamos esquecer-nos dela... e há chaves tão bonitas, pena só servirem para fechar portas.
[encontrei esta hoje na minha garagem, antes de sair, achei linda. Vou ver se posso rapiná-la... adorei. Espero que tenha aberto muitas portas... ou pelo menos as certas. ]
Temos diversas divisões, mas há uma que fechamos à chave e só deixamos entrar muito poucos.
ResponderEliminarTambém gostei dessa tua chave, Vi:9
Sabes, Legionário acho que não é só uma divisão, são várias, faz uma casa inteira que só certas pessoas abrem e nós, às vezes, temos de fechar. A chave é espectacular e tem uns desenhos de uvas... algo me diz que era duma adega... uma chave de perdição talvez:))
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