terça-feira, 12 de setembro de 2017


E depois de, como fotógrafa oficiosa do fim de semana, descarregar as fotos e me rir um bocado, escolho esta para o resumir - uma das últimas que tirámos (que se tirou sozinha, na verdade) onde estamos todas na palhaçada -, e volto à minha varanda, ao céu mais pequeno e recortado de telhados, à manta que me enrola e ao mesmo ritual do último cigarro. A época de férias, de verão, de praia, está a acabar ou poderá já ter acabado.... No domingo ainda deu para pôr o pé na areia e experimentar o Atlântico só um bocadinho, o regresso à terra da normalidade (pouco normal) fez-se aos bocadinhos, saltitando praias, mas já com menos conversa, o cansaço já nos amassava o corpo e a perspectiva de mais uma semana "normal" afundava-nos quase todas as palavras leves e risonhas...
Cheguei a casa e a bicha, tão doida de contente, lá me deu mais uma unhada na perna... nunca ninguém ficou tão genuinamente feliz de me ver, a cada dia é como se chegasse da guerra e a minha sobrevivência fosse uma benção, mas por causa das coisas resolveu comer a sandes que trazia no saco de praia (desembrulhou o papel e tudo... uma limpeza), mal me apanhou desprevenida e distraída... o raio da bicha é matreira como tudo, ralhei-lhe e ela aninhou-se de olhos baixos, com a perfeita noção que tinha feito asneira, mas que a sandocha ganhava largamente ao meu discurso e lhe aconchegava agradavelmente a barriga ...  mas fez aqueles olhinhos meigos e indefesos, e lá me levou na cantiga e em mais umas festinhas... danada da criatura, qualquer dia é outra que faz de mim o quer (desde que eu também queira...)
Agora estou assim, no meio de instantes passados, sem vontade de um amanhã de trabalho que (ainda) não me apetece... ficava aqui esparramada nas paletes, debaixo do calor da manta que é apenas meu, e deixava-me anoitecer assim. Só deveria acordar quando me amanhecesse. Com a vida em rotina chegam-me outras coisas que quero afastar. Os sítios estão impregnados de coisas a que dificilmente se consegue fugir, memórias pousadas que o compasso do coração não deixa assentar. Mas enquanto há forças renovadas vai-se tentando e, às vezes até, conseguindo, o pior é depois. Mas o depois pensa-se depois. Agora tenho de pensar em sacudir a preguiça e levantar-me daqui... e apetece-me deixar isso para depois... falta o sol nascer-me na vontade.

5 comentários:

  1. Pois é Vi, quanto mais se quer, melhor se quer:))

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  2. Ai que alegria boa e fofa!! Tão quiducha a nossa Vi :)))

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  3. Legionário, eu parece-me que é mais: quanto mais se tem, melhor se quer ;))) já que se pede, ou se deseja, que seja em grande e bom!!!
    Bom dia!!

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  4. Já sabes o nosso acordo, eu levo as lentes e tu tiras as fotos que eu só faço uma coisa de cada vez ;). Mas é verdade, o verão está quase a acabar. Mais duas semanitas e já estou de manta :)).

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  5. Anouk,
    tu levas as lentes nos olhos eu carrego a máquina e tiro fotos... pois!!... mas gostei muito desta foto, e de todas as que estamos as seis na macacada... são as mais giras :D Foi giro, menina :)
    Quanto à manta já me adiantei, até no alentejo na última noite estive de manta naquela rede maravilhosa, e em casa, na minha varanda à noite, também já a manta está de serviço :))

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