sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


descalço-me de sombras para chegar a ti
as linhas do meu rosto são claríssimas
nelas não vês o velho, a criança, o adulto
vês apenas o traço comum
que é onde eu procuro a tua mão
na transparência da minha palavra inteira.

Vasco Gato

[é onde procuro a tua mão,
nesse vazio frio,
que me deixaste entre os dedos,
que encontro a palavra
desfeita do beijo
que não dei
refaço-a, quente,
numa palavra que beija]

5 comentários:

  1. há beijos não dados mais sentidos que aqueles que os lábios provaram!


    boa tarde Olvido.

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  2. Verdade, e agora não sei porquê lembrou-me Florbela Espanca "deus de beijos fez-me avara para que nunca os contasses até ao fim". O beijo que fica por dar é sempre aquele onde diríamos o que nunca dissemos...

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  3. :)
    Ai(suspiro) love esse teu texto. coisa mais linda

    (obrigada por me abrires a porta do Vasco Gato...)


    nanda

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  4. Nanda,

    Adoro quase tudo do Vasco Gato, ainda bem que gostaste :)

    Beijo
    [tenho dois mails para te responder, mas não tive ainda tempo na cabeça para responder com o vagar que quero... A ver se hoje à tarde a coisa se consegue ;) ]

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