sexta-feira, 26 de janeiro de 2018


"O que me trava a vida é o medo.
Acabei de ter essa certeza.
Quem me pode salvar?"
Roubado ao Dias Cães.



[O meu medo a mim não me trava,
mas não me deixa andar o medo alheio.

Trava-me as pernas
ainda que o medo de andar não seja meu.

Doença alheia, tua,
mas dor própria, minha.

E eu, a cura da doença que te tem
que só a mim me dói.

Tu não és cura para doença minha,
tu és a doença para a minha cura,
a doença tua que a mim me dói.
Se te curo não me dói.]


8 comentários:

  1. Acorde um sorriso, e faça-o resistir um pouco, que ele acaba por vogar sózinho por si, mesmo que tímido ao início.
    E, se está triste e não quer, não leia as tristezas de outros, mesmo que belas como esta que partilhou.
    Escreva-se alegrias em si.
    Um dia bonito para si, Acontece a vida acontecer.

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    1. Estive a remexer coisas antigas e encontrei isto, escrito há tempos já. É verdade que quando se está triste às vezes se insiste em cavar mais e com as próprias mãos essa tristeza, e não o devemos fazer. Mas para mim a tristeza implica sempre, ou quase, escrever, porque funciona como purga, como lastro que se liberta em palavras que deixamos fora de nós.
      Ultimamente não ando triste, melancólica um pouco, mas não triste :)
      Boa quase-noite, Vai :)

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  2. A função da esperança é preencher o que nos falta.

    Bom dia, Vi:)

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    1. A função da esperança é talvez enganar-nos, como a cenoura pendurada numa cana que faz o burro andar... ;)
      boa noite, Legionário

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  3. O que me trava é o amor que sinto por ele. É esse amor que me impede de seguir em frente :)
    Ps: escreves tantas vezes textos que me dizem tanto...
    Bom dia Olvido

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    1. O que me travou foi um amor que não soube amar, que teve medo de tudo, que evitou qualquer mudança e culpa, uma amor pelo qual não deram nada. Agora que vejo isto desta forma não me trava, não amo assim nem entendo amor assim, que só recebe sem abdicar de nada para construir, para manter, para ser vivido em pleno. Agora não espero nada, já sei o que tinha de saber, não me trava porque talvez eu já não queira andar...
      Boa noite, JI

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    1. A parte roubada à Dias Cães está entre aspas, gosto muito do blog e sigo-o há muito tempo, aquelas três frases que lhe roubei descoseram-me o resto, mas isto já foi escrito há algum tempo. Estava guardado. :)

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