sábado, 21 de dezembro de 2019

Luis Alberto Cuenca 

Adoro. Adorei.

Gosto quando estás feliz e ris-te e dizes que sou louca e que hoje estou por demais, que os meus olhos dizem tudo da malandrice diabólica do corpo. Gosto quando te ris a olhar para mim, quando fazes aqueles trejeitos ao olhar-me e não sei o que estás a pensar. Gosto que me digas para ir para o teu colo, ou para me calar que só digo tontices, quando me chamas parva, gosto que me cales com beijos e me puxes para o nosso mundo com as mãos.  Gosto quando me perguntas se tenho fome e te digo que tenho, de ti. Ou se estou danada contigo digo que não, que não quero comer nadinha. E eu não vejo, mas tu ris-te. E isso justifica o mundo rodar, e haver sol. Pena não haver futuro, e este presente ser um passado amansado e amassado em mim. E também não haver sol, chove enquanto tomo o pequeno almoço, e não me apetece comer nadinha.

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