... Mas aprendi mais coisas, aprendi que não devemos acreditar no que nos dizem, mesmo que digam para acreditarmos - para confiarmos - e que nunca o disseram antes, que é diferente, que um dia teria de ser, não é, não é por se dizer, ou enquanto se disser... só as mentiras mudam. Aprendi que as sensações que temos, são só coisas que sentimos, são coisas por dentro de nós e só nossas, mas são enganadoras, e que as melhores palavras são os gestos que trazem atitudes e verdades. Aprendi que às vezes temos de fechar certas portas por dentro e deixar de fora o que nunca quis pertencer, e que por isso não merece ficar. Que há mais portas, e mesmo que não haja, assim, cá dentro, só está quem sabemos que fez por isso, quem quer realmente. O resto não vale a pena, e não chega. Aprendi que há opções e escolhas que fazemos que são feridas que abrimos com as próprias unhas, mas que o sangue que se perde é uma purga. Aprendi que temos de aceitar que temos o direito de não querer aceitar mais nada que não seja pleno e genuíno, e que isso não é injusto, nem egoista, nem demais. Aprendi que há perguntas que nunca tiveram, nem terão, resposta ou razão que nos explique, e que a maturidade às vezes é simplesmente aceitar as nossas perguntas em paz, e que nem todas as respostas do mundo nos esclareceriam, porque a verdade raramente está nas respostas, talvez esteja, sim, nas perguntas que cada um faz no silêncio das noites que falam. E com quem as partilhamos, ou não.
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