sexta-feira, 10 de agosto de 2018

[foto @hier_ist_oben]

“E um dia as coisas param de mudar, porque a casa está comprada, o carro ainda anda, o emprego não é mau, os miúdos já crescem mais devagar, e percebes que a tua vida está igual ao ano anterior, e a pessoa com quem vives está igual ou que era no ano anterior. E tens de perceber que isso é normal, que não é isso que realmente importa, que a mudança é pouco mais que uma máscara, uma distracção. As coisas não têm de ficar melhores, só têm é de ser boas.A verdadeira pergunta é: “se tudo fosse continuar exactamente como é, serias feliz?”E outra, diferente mas importante: “se todos os dias da tua vida fossem ser exactamente como hoje, que terias feito hoje de diferente?” – pensa nisto, e faz isso amanhã.”

... as perguntas certas. As respostas todas erradas. As minhas. Se todos os dias fossem como hoje morreria a saber que vivi um dia e que a vida tinha acabado muito antes de ter podido realmente começar. Só não sei onde estão os botões para mudar as coisas certas. Só temos de mudar o que não é bom, o que não chega para ser bom. Quando se tem algo bom, não é preciso mudar, não é imprescindível melhorar. Basta que continuem a ser boas, que gostemos de como são. Que as queiramos (continuar a) viver. Quando não, então temos de mudar. Alguma coisa. Ou tudo... Mas como?

4 comentários:

  1. Sabes, Vi., eu já virei a minha vida do avesso umas quantas vezes. Fui para a Suíça, depois para Lisboa, e vim por fim para Inglaterra. Como odiei isto tudo, fui embora. Tive que regressar. E cá estou há dois anos. Nunca quis comprar casa, não gosto de sentir-me presa. Talvez para quando tudo correr mal, eu poder mudar outra vez. É assustador, sei que sim, às vezes preferimos estar miseráveis, mas confortáveis. Acreditar que a minha vida podia ser diferente e melhor, ajudou-me no salto.

    Deixo um beijo no teu coração. :)

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    1. Às vezes também ainda acredito que a minha vida pode ser diferente e melhor, convenço-me disso e obrigo-me a fazer ou mudar certas coisas, mas só não me consigo mudar a mim, e isso faz com que pouco ou nada mude... mas mudar de contexto, de sitio, de céu, acho que me fazia bem, também, mas não posso, não por enquanto. Daqui a uns anos espero que o meu céu passe a ser de costela alenjana... pode ser, quem sabe.. ;)
      beijo para ti, Alaska

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  2. Para um ser consciente, existir consiste em mudar, mudar para amadurecer, amadurecer para se criar a si mesmo indefinidamente.

    Bom dia Vi:)

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    1. Não acho que existir consista em mudar, mas em adaptar-se, isso sim, que não é exactamente o mesmo.... pelo menos para mim. Porque não acredito que as pessoas mudem, as pessoas adaptam-se, apenas algumas coisas podem mudar, nunca muito e nunca por escolha ou por imposição mas por mudanças de perspectiva que a vida nos dá e o tempo nos mostra. Só há mudança quando da maneira que somos passamos a perceber as coisas de modo diferente, genuinamente, e sem deixarmos de ser o que sempre fomos. Porque isso não acredito que
      mude... Já o digo e penso há muito, e apesar de tudo a vida ainda não me mostrou estar errada.
      Bom dia, Legionário :)

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