quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018


e o cansaço é tanto que se cansou de cansar-se,
alojou-se imóvel no sopé de cada amanhecer
e descansa à sombra do lado de dentro da pele,
impermeabiliza a noite de desejo
e ouve o silêncio como eco de companhia.
senta-te aqui, dá-me a mão por baixo da pele
e faz chover dia pelo meu corpo.


6 comentários:


  1. "Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão, tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer." Clarice Lispector

    Bom dia, Vi:)

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    1. :))
      ...também não me prendo a nada que me defina, concordo com a Clarice, o que me define é que se prende a mim. E gosto particularmente "serei (...) despego pelo que não quer valer (a pena)."
      (comprei há dias outro livro da Clarice, gostei tanto do que li dela, há uns tempos que vi-o e não resisti... para a colecção como alguém dizia)

      Bom dia, Legionário

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  2. Cada vez vou encontrando menos pessoas fluentes em silêncio. E é pena. ;)

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    1. Talvez porque sejam obrigadas a essa linguagem tempo que acham demais, e quando vêem alguém para palear, nunca mais se calam, e até se esquecem de dizer alguma coisa... Eu prezo o silêncio, mesmo acompanhada.
      Bom dia, Patifório ;)

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  3. Posso sentar-me ao teu lado e partilhar o silêncio?
    :)
    Bom dia Olvido

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    1. Podes, claro, JI.
      Acho que os nossos silêncios se entenderiam bem. Tenho essa sensação :)

      beijo para ti, JI

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