sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

 Hoje sonhei que estava a ficar com o cabelo branco. Estava ao espelho e constatava que aquela meia dúzia que me acompanha há uns anos se tinha multiplicado, que começava realmente a notar-se, isso de estar a ficar com o cabelo branco. E olhava e olhava e não sabia bem o que pensar ou sentir, mas na verdade quando acordei o que achei curioso foi que não punha a questão de o pintar. No sonho, isto é. E depois, acordada. Devo ter pintado o cabelo, até hoje, umas três vezes e sempre por curiosidade de como ficaria, e sempre temporário, com produtos que vão saindo com a lavagem. E fiquei a pensar, será que daqui a, sei lá, um ano vou ter de começar a pintar o cabelo? Então e se não pintar? Tenho pouco e fino e se ele desiste de mim com essa ofensa? Humm...? E depois? E agora, enquanto o almoço faz plantei-me à frente do espelho, e a verdade é que já tenho uns quantos, e vários compridos, do tamanho dos outros, dos que não são ovelhas brancas... acho que ainda não se nota, mas eu já noto qualquer coisa... uma relutância em negar o tempo, mas o tempo o dirá. Negar o óbvio torna-se muitas vezes apenas ridículo, outras revela-se uma necessidade. Às vezes acumulam-se as duas... Por enquanto acho que olho para o facto - e ele para mim - com um olho aberto e outro fechado, entre o espanto e a naturalidade, a incredulidade e a aceitação.

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