terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

[Lawrence Durrell, in Clea, O Quarteto de Alexandria ]

 Começar o dia a ler a vida como devia ser pensada. E pensar que vou ter pena de acabar este quarteto, e diria que a segunda metade é a melhor. Espero que com a vida também seja assim. Por já termos mais de tudo o que se passou, por percebermos melhor que todas as verdades são perspectivas sobre factos. E que primeiro é preciso saber e “compreender inteligentemente” o que se quer da vida, e depois tentar encontrá-lo sem o procurar de facto...como os acasos que nos acontecem e que talvez estivéssemos, sem saber, à espera e desejosos que acontecessem. Mas aqui, a magia é o esperar “sem saber”, não consciente ou inteligentemebte, ao contrário do saber o que se quer. Já a sabedoria é a consciência que o maior obstáculo somos nós, como nos boicotamos tantas vezes, curiosamente, da perda de algo de que abdicamos à partida para o evitar. Irónico, não? 

Segundo dia de férias em confinamento. Semi-ferias, porque mandam-nos de férias mas pedem-nos para trabalhar, curioso não é? Inteligentemente não sabem o que querem ou sabem?

2 comentários:

  1. Sei o que não quero, mas às vezes ainda me baralho toda no que quero... estudo-me diariamente e acho que ainda não me aprendi totalmente, mas haja saúde que a vida também se quer imprevisível para ser mais saborosa. ;) Beijinhos Olvido

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    1. Saber o que nso se quer é meio caminho andado, depois acho que vamos percebendo o que queremos, de que somos feitos, e o que valorizamos realmente, e acho que é também por reconhecimento que o descobrimos... de repente dizemos ah! é isto, nso exactamente como uma completa surpresa (ainda que tenha de nos surpreender, abrir uma fenda no nosso normal), mas como uma concretização que pode ter (espero eu) várias formas e quando nos deparamos com uma, é quase... ah era isto que eu queria sem saber definir exactamente, mas reconhecem-lo, é-nos familiar. E acho que isso só acontece quando nao o esperamos... ou quando o esperamos "sem saber", sem procurar, no fundo.

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