No fim, fechamos todas as luzes e reunimos o braseiro que ficou, restos de fogo que aqueceu o olhar e a pele - a casa que somos e a que habitamos. Há uma intimidade repleta de ternura nos restos do fogo, no calor que ainda dão, na luz quente e deliciosa que emanam. Combinam com o fim do dia, com o silêncio da penumbra, com a suspensão do mundo, com o desligar de qualquer movimento. Com a companhia do último cigarro nos dedos. E ajeitam-se as brasas de novo, para manter o calor, para libertar a luz delicada que ainda guardam. E o calor sobrevive, e às vezes incendeia-se de novo. Como agora.
Que linda analogia! Pelo menos interpretei como tal... "o calor sobrevive, e às vezes incendeia-se de novo".. Gostei muito!
ResponderEliminarAs coisas que sentimos estão em toda a parte, nós pomo-las lá, e às vezes elas respondem, comunicam-nos as nossas próprias respostas :)
EliminarÀs vezes acho que só vemos o que temos dentro dos olhos, e isso é tão perigoso que tem de se ter essa consciência.
Adoro a lareira à noite às escuras, adoro. Fala a minha língua tão bem, que não é preciso conversa :)))