quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

 Já não me lembrava desta sensação. Levar a miuda e voltar a casa. Fiquei até à última na cama, estava-se tão bem... já não tive tempo de tomar pequeno almoço, que é o que estou a fazer agora na mesa da cozinha. Olhando para trás - e não sei por que me deu para isso - percebo que sempre tomei por tarefa minha levar a miúda. O pai levava-a uma vez por semana, agora duas porque não estou cá duas noites, mas até aqui sempre fui eu a levar a miúda. Não foram os avós, nem o pai, que a caminho podia passar e levá-la. Não, sempre fui eu para mal dos pecados dela, porque ando sempre atrasada... o meu pai levantava-se cedo e ofereceu-se para levá-la de manhã e assim eu podia dormir mais um tico, mas nunca o aceitei. Sempre achei que era coisa de mãe (ou pai, dos pais se o puderem fazer, claro) levar os miúdos à escola. Depois com esta coisa do io-io, começou a ir, nos dias que saio muito cedo, a pé... porque “Oh mãe já tenho idade! Achasempre que sou um bebé”... e é, mas grande com’ócaraças... e lá tem ido, quando não eu não posso. Hoje em dia, nestes tempos esquisitos, já a posso levar, e acho que foi isso que me trouxe isto tudo... apesar de gostar de dormir de manhã com’ócaraças gosto que seja a mãe a levá-la... e aparentemente essa sou eu! E ultimamente tenho sido menos... porque tenho podido menos e porque ela precisa menos...

8 comentários:

  1. Acho que ela não precisa menos, precisa do espaço dela, mas sabendo que a mãe está.
    Não tive filhos, mas sempre andei de "ambrósia" e gostava[prontos agora viajei no tempo].

    Toca a teres um dia bonito, apesar deste mau tempo ;)

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    1. :) talvez, mas precisar só que eu esteja por perto - saber-me perto - se precisar, sente-se, sinto, como precisar menos.
      Um dia bom para ti, apesar da chuva e das cinzentices dos céus.

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  2. Há sempre um dia em que nos dão um "chega para lá". Eu telefonava religiosamente à minha todas as horas de almoço até ao dia em que ela disse: já chega mãe, vejo-te de manhã e à tarde, para quê um telefonema à hora de almoço?
    É preciso irmos interpretando e deixando crescer.
    ~CC~

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    1. :))) fazem essas coisas, pois...
      Sim, deixar crescer, velar para que cresçam bem, (ou tentar) como achamos que será esse bem. E pronto, depois deixamos de ser mães em exercício? Passamos a uma espécie de reforma? :)) então quando são adolescentes isto é uma espécie de pré-reforma?? ;)))

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    2. Depois voltam...e levam comida feita, de preferência:))))
      ~CC~

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  3. Custa pra caraças! Sei bem do que falas! Eu adoro pegar na minha piolha ao colo e mimar... e de um dia para o outro, percebo que já é maior do que eu e que já não quer festas no cabelo em público, porque é vergonha! Já faz tanto ou quase tudo sozinha... eu sei que faz parte e que temos de os deixar crescer... mas sou sincera... também detesto a "espécie de pré-reforma!" :D :D

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    1. É, não é? Entendes-me ;)
      Não sei quem raio lhes enfiou na cabeça que já são independentes e coiso... miudiscas... bahhhh
      ;))

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