quarta-feira, 17 de abril de 2019

[foto @diego_durden]

Como o eco dum passado perdido
a meio caminho do esquecimento
a noite estremece-me do desejo
que há muito foi prazer
pele, língua e cheiro

Mordo o querer enraivecido,
rasgo o arfar adormecido,
cravo as unhas na escuridão
por tudo sentir esculpido
na sombra da pele
a estocadas cruas, cruéis,
de vontades que não envelhecem
de tanto enterrarem
nos intervalos das noites
as rugas do tempo
que não se vive

mas mata

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