E quando a cabeça não tem folga durante o dia para divagar por caminhos errantes, vinga-se à noite, em sonhos. Acordamos com os lábios ardentes de beijos que não demos, beijos que nos dizem que nada está igual, que o feitiço se quebrou, mas sonhamo-los. Ou sonhamos o feitiço ter-se quebrado. E a sensação que fica é do beijo. Até agora. E a sensação leva-nos no tempo e no espaço a sítios que já não são nossos, mas que ainda habitamos, e onde vamos parar em caminhos errantes, quando a cabeça acaba o dia e arruma as botas. Vagueamos de alma descalça por aí, onde deixámos a alma em crepúsculos infinitos que se tornaram uma vida que às vezes (ainda) nos assombra.
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