Há prendas que chegam espontâneas, dias depois mas combinam com lareira e um copo de vinho. E vontade de pôr outras caras nas memórias do futuro. Há sonhos que apagamos com a vontade de outros dias. Com a certeza de que baixamos a fasquia e ainda assim estará sempre tão acima do que tivemos. já só queremos alguém que nos ame, e saber que um décimo do que demos já faria tanta felicidade a quem o quiser...
Há uns tempos alguém do trabalho me dizia para escrever uma carta a mim mesma, onde dissesse da esperança do futuro e dos medos do presente, que dissesse de mim e do que quero, ou pelo menos, do que sei não querer. Para escrever e fechar, só voltar a ler daqui a anos, e que quando o fizesse ia perceber o efeito do tempo e da vida, onde acertei e onde errei. Onde me enganei ou onde me enganaram o engano. Gostei da ideia. Vou escrever-me e guardar nos rascunhos para o meu dia de anos de aqui a dois anos. Deliciava-me saber como estou errada em quase tudo. É estranho quando torcemos pelo nosso próprio engano. Agora vou comer chocolate e apreciar o silêncio. E escrever-me.
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