domingo, 27 de dezembro de 2020

[imagem @gregbionde]


São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me

Ana Hatherly, in “Um Calculador de Improbabilidades”

E no entanto a porta continua fechada, contigo do outro lado. Comigo noutro lado. A porta que nos separa é a única coisa nossa. O que não fomos, o que não somos, do que desistimos. Só aí nos encontramos. 
E entre nós... uma porta fechada. Em que eu não bato, e onde vens abrir-me. 
Só que, sabes, não há nenhuma porta. E eu esqueço-me, porque está fechada, porque vens abrir-me sem eu bater.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. :)
      Também gostei muito das palavras da Hatherly, e guardei-as muito tempo... hoje reencontrei-as, ou encontraram-me:) e as palavras que me abriu, deixei-as aqui.
      Uma boa noite para ti, Esquilinha

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