[Lawrence Durrell, in Quarteto de Alexandria - Balthazar]
“cheio de um alívio que era quase insuportável”
Há realmente sensações assim, momentos assim que nos fazem inteiros, que só se sentem se andarmos feitos de fragmentos há demasiado tempo. É de tal forma avassalador que só pode querer confirmar que é falso. Como se sentir um tal alívio, uma tal plenitude e satisfação, só confirmasse o quanto ainda se sofre terrivelmente daquilo que nos queremos livrar, esvaziar, acabar. Como apenas servisse de prova do seu contrário. Alívio devia traduzir um vazio onde antes algo nos ocupava e pesava, “cheio de alívio” não é um vazio que nos tranquilize, é um momento falso. Que às vezes tanto precisamos - como algumas mentiras - mas de que não restará nada.
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