Sento-me sempre na mesma mesa. Desço, já com as tralhas todas e sento-me aqui para o pequeno almoço. O sítio não é grande coisa, as vistas também não, mas escolho sempre esta mesa, colada ao vidro que dá lá para fora. Do lado de lá há sol a doirar folhas e a brisa a abanar os braços. E eu aqui, entre o chá e o croissant que é a única coisa que realmente vale a pena e eu não devia comer. Dois, ainda por cima. No dia em que aqui chegar e a mesa estiver ocupada, e os croissants faltarem vou andar neura todo o dia, dou por mim a pensar... não sei se são estes meus rituais que vou cultivando que me dão alento, ou se são só hábitos, puros e duros, que dão uma sensação de segurança e que nos destabilizam quando não cumpridos. Talvez seja a diferença entre precisar de segurança ou apreciar a beleza nos pequenos nadas, que nos sustentam o resto. Necessidade vs beleza. Gosto de pensar que sou pela beleza das coisas. Gosto de pensar que não gosto de pessoas de hábitos.
"Gosto de pensar que sou pela beleza das coisas."
ResponderEliminarEu também Vi, bom fim de semana:)
:))
EliminarBom fim de semana, Legionário
Há hábitos que também fazem parte de beleza. Um chá e um croissant numa mesa de café, uma mulher sentada a essa mesa, olhando as árvores outonais através do vidro... É bonito!
ResponderEliminarBeijo, Olvido :)
:) se calhar a diferença está no ver, e não só olhar.
EliminarCom o hábito deixamos de ver, olhamos pelo vidro mas escapam-nos as cores, a música do silêncio, o dia a espreguiçar-se nos nossos olhos. Há uma mecanicidade no hábito que o ritual não acomoda, não aprecia :) ... habitualmente quem olha, não vê, não repara, nessa cena que pode ter beleza para quem, como tu Maria Tu, a vir até no que não está lá. :))
Beijo :)