quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 [imagem @jesuso_ortiz]

Acendes a tua?

Acendes os dias de manhã com a tua luz do dia?

Como? Levas a tua filha à escola e achas aquele caminho de cinco minutos um luxo que te ilumina, e faz amanhecer a luz do dia?

Sentas-te na tua antiga secretária, que continua tua em part time, e bebes um café enquanto o escritório está deserto? Deixas a chávena, e aquele cheiro quente, entre as mãos, a aquecer a luz fria e cinzenta do céu, que a janela da frente te serve?

Escreves qualquer coisa, que te lembre que gostas de palavras e de escrever, quando estás com esta sensação estranha, que te segura e tantas vezes te faz cair, de sentir pequenas coisas, assim como a luz do dia e o luxo de amar incondicionalmente? Esta sensação que te abandona a um café amargo, puro, quente, que já não queres com açúcar, mas mexes com palavras.


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